O deputado federal Célio Studart (PV-CE) pediu oficialmente ontem à Mesa Diretora da Câmara que cobre explicações do Planalto sobre uma empresa contratada com dinheiro público para monitorar redes sociais de opositores e aliados do governo de Jair Bolsonaro e também de jornalistas. A notícia publicada pela revista Época (veja aqui) mostra que de fevereiro a abril deste ano pelo menos 116 políticos – 105 deputados federais, nove senadores, uma deputada estadual e um vereador – tiveram as redes sociais monitoradas. A lista (veja aqui) cita apenas um parlamentar de Mato Grosso do Sul, o senador Nelsinho Trad (PSD), que tem se posicionado como aliado do governo. A revista diz que o Planalto impôs sigilo a esses documentos, alegando tratar-se de "trabalho autoral" da empresa contratada, e se negou a responder sobre o assunto. Caso o presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ) envie o pedido de Studard, os órgãos federais terão 30 dias para responder, sob pena de cometer crime de responsabilidade. "Espionagem governamental é crime contra a democracia", escreveu o deputado no Twitter. "Relatórios sigilosos? Isso é a volta da ditadura! Não precisa de sigilo comigo não, Jair Bolsonaro! Diga o que pensa na cara e digo o que penso na sua também", acrescentou Célio Studart.
RELATÓRIOS SIGILOSOS? Isso é a volta da ditadura! Não precisa de sigilo comigo não @jairbolsonaro ! Diga o que pensa na cara e digo o que penso na sua também!
— Célio Studart (@CelioStudart) November 20, 2020
"Procuradores da Lava Jato em Curitiba que votaram em Jair Bolsonaro em 2018, acreditando que o PT desmontaria a engrenagem de combate à corrupção, têm afirmado privadamente que se arrependeram do voto", diz a coluna de Guilherme Amado, na Época. "Consideram que Bolsonaro está trabalhando deliberadamente para matar não só a Lava Jato, mas todas as condições que permitiram seu surgimento. Ninguém diz que preferia ter votado no PT. Arrependem-se de não ter votado nulo", acrescenta a revista.
Um pré-candidato a vaga de vereador em Campo Grande que integra o "300 do Brasil", liderado por Sara Winter, participou no dia 31 de maio em Brasília de ato do grupo extremistra contra o Supremo, quando estava na capital federal bancado por recursos do governo, informa a Época. Segundo a revista, Melquisedeque Sant'ana, de 23 anos, é bolsista e monitor do Sistema Nacional de Juventude (Sinajuve) ligado à Secretaria Nacional de Juventude, do Ministério dos Direitos Humanos, e recebeu R$ 1,2 mil para estar em Brasília no fim do mês passado, conforme o Portal da Transparência. O rapaz disse à revista que estava em Brasília para fazer o cronograma das adesões ao Sinajuve, e confirmou ter participado do protesto e visitado acampamento pró-Bolsonaro em frente ao Planalto, mas disse que não responde a nenhum processo pelo ato. "Estive sim na manifestação das tochas no Supremo, junto com os 300 e a Sara. Não foi nada nazista como o pessoal falou. Não foi para confrontar, mas para mostrar nosso luto pelo país. Até onde eu sei, não sou alvo do STF. O processo corre em segredo judicial. A gente não sabe, né?", disse. Melquisedeque afirmou que se afastará do serviço para campanha em Campo Grande, pelo Republicanos, mesmo partido de Flávio e Carlos Bolsonaro. Leia aqui no site Época.
Três integrantes da cúpula da revista Época deixaram os cargos hoje, um dia depois de o Grupo Globo publicar nota pedindo desculpas pela publicação da reportagem sobre a psicóloga Heloisa Bolsonaro. Conforme o blog de Amaury Júnior no UOL (leia aqui), deixaram a revista a diretora de redação Daniela Pinheiro, o redator-chefe Plínio Fraga e o editor Marcelo Coppola. Amaury diz que ainda não há informação se os jornalistas foram demitidos ou pediram para sair. A matéria que gerou a polêmica foi feita por repórter que, sem se identificar, se submeteu a sessões online com a psicóloga, que é esposa do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), e as gravou, sem o conhecimento dela. Na nota (leia mais aqui), o Grupo Globo pede desculpas à psicóloga e admite que cometeu um erro porque Heloísa leva "uma vida discreta, não participa de atividades públicas e desempenha sua profissão de acordo com a lei" e "não pode, portanto, ser considerada uma figura pública".
O Grupo Globo divulgou nota ontem em que assume que errou ao produzir a reportagem intitulada "O coaching on-line de Heloisa Bolsonaro: as lições que podem ajudar Eduardo a ser embaixador", do jornalista João Paulo Saconi, publicada na revista Época. A matéria levou Jair Bolsonaro e o filho Eduardo a criticarem o grupo pelo Twitter na sexta-feira (leia aqui). Na nota, intitulada "Uma explicação necessária", o Grupo Globo afirma: "O erro da revista foi tomar Heloisa Bolsonaro como pessoa pública ao participar de seu coaching on-line. Heloisa leva, porém, uma vida discreta, não participa de atividades públicas e desempenha sua profissão de acordo com a lei. Não pode, portanto, ser considerada uma figura pública. Foi um erro de interpretação que só com a repercussão negativa da reportagem se tornou evidente para a revista". A nota diz ainda que "não há fórmula, e nem jamais haverá, que torne o jornalismo imune a erros", e pede "desculpas a Heloisa Bolsonaro e aos leitores". Leia aqui a íntegra no site da Época.
Jair Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), seu filho, criticaram hoje no Twitter matéria da revista Época sobre sessões de orientação pessoal e profissional em curso oferecido pela psicóloga Heloísa Wolf Bolsonaro, casada com Eduardo. Em postagem intitulada "Imprensa sem limites", o presidente afirma que: "sem se identificar, o jornalista João Paulo Saconi, Época / Globo, se passou por gay e fez sessões com minha nora Heloísa (psicóloga, esposa do Eduardo) e gravou tudo. Assuntos sugeridos por ele nas sessões, como religião e política, tomaram grande parte das sessões. A conversa que deveria ficar apenas entre os dois, por questão de ética, agora vem a público".
Eduardo Bolsonaro escreveu na rede social: "Minha esposa foi enganada por um mau caráter que se diz jornalista da Época/Globo, João Paulo Saconi, que usou da sua boa fé e profissionalismo para manipulá-la e fabricar matéria com o único intuito de assassinar a reputação da família do Presidente. #familiaMarinholixo"
O site da revista Época (veja aqui) divulgou a crítica de Jair Bolsonaro e nota da Secretaria de Comunicação Social da Presidência que lamentou a reportagem e afirmou que "o repórter tenta distorcer informações apuradas com o único objetivo de atacar a família Bolsonaro". Em seguida, a revista publicou a seguinte nota da redação: "ÉPOCA reafirma o respeito à ética e a retidão dos procedimentos jornalísticos que sempre pautaram as publicações da revista. A reportagem em questão não recorreu a subterfúgios ou mentiras para relatar de maneira objetiva — a bem do interesse do leitor — um serviço oferecido publicamente, com cobrança de taxas divulgadas nas redes sociais."
IMPRENSA SEM LIMITES: sem se identificar, o jornalista João Paulo Saconi, Época / Globo, se passou por gay e fez sessões com minha nora Heloísa (psicóloga, esposa do Eduardo) e gravou tudo. O deveria ficar apenas entre os dois, por questão de ética, agora vem a público. pic.twitter.com/aWzxxcCcJk
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) September 13, 2019
Minha esposa foi enganada por um mau caráter que se diz jornalista da Época/Globo, João Paulo Saconi, que usou da sua boa fé e profissionalismo para manipulá-la e fabricar matéria com o único intuito de assassinar a reputação da família do Presidente.#familiaMarinholixo pic.twitter.com/cu2o9teu7W
— Eduardo Bolsonaro???????? (@BolsonaroSP) September 13, 2019