O Carrefour foi condenado em decisão liminar da 2ª Vara do Trabalho de Campo Grande a cumprir diversas obrigações para coibir a continuidade de repetidas situações de assédio moral organizacional contra seus empregados. A decisão atende pedido do Ministério Público do Trabalho (MPT), após receber denúncia divulgada na imprensa que mostra um vídeo gravado por cliente indignado ao ver um empregado de joelhos limpando o chão da loja da rede no Shopping Campo Grande e sendo humilhado por uma gerente.

O Carrefour anunciou o fim da terceirização da segurança nos supermercados do grupo, por sugestão do Comitê Externo e Independente criado pela rede para analisar medidas preventivas após o assassinato de João Alberto Silveira Freitas, homem negro de 40 anos espancado até a morte por dois seguranças em uma filial em Porto Alegre em 19 novembro, véspera do Dia da Consciência Negra. A mudança vai começar pelos quatro hipermercados do grupo no Rio Grande Sul. "O processo de recrutamento e o treinamento dos profissionais para as lojas contará com associação que reúne empreendedores negros da região de Porto Alegre. Todo o processo de internalização da segurança terá como foco a implementação de práticas antirracistas e de uma cultura de respeito aos direitos humanos, além de considerar a representatividade da população brasileira (50% de mulheres e 56% de negros) como um compromisso", diz a nota divulgada ontem. A seleção das equipes está em andamento e a admissão dos novos funcionários é prevista para o dia 14 deste mês. (Com Agência Brasil)

Terceiro maior acionista do Carrefour global, com 10% das ações com direito a voto, e membro do conselho de administração da empresa na França, o empresário Abílio Diniz lamentou ontem o assassinato do cliente João Alberto Freitas, de 40 anos, em uma loja da rede em Porto Alegre. "O que aconteceu em Porto Alegre ontem foi terrível e me deixou profundamente triste e indignado. Minha solidariedade e orações à família de João Alberto Silveira Freitas. Sua morte é uma tragédia e uma enorme brutalidade. O racismo é execrável e inaceitável e devemos combatê-lo sempre, com toda a força. Dezenas de milhões de brasileiros enfrentam diariamente agressões e enormes dificuldades por conta do racismo, e nosso país não vai avançar de verdade sem que isso seja endereçado de forma efetiva. Como acionista e conselheiro do Carrefour, pedi à empresa que não meça esforços e trabalhe incansavelmente para que fatos trágicos como este jamais se repitam no Brasil. E mais, que o Carrefour se organize para ser um agente transformador na luta contra o racismo estrutural no Brasil e no mundo", escreveu no Twitter.

Na véspera deste Dia Nacional da Consciência Negra, dois seguranças, um deles policial militar, foram presos em flagrante por espancar até a morte um homem negro em um supermercado Carrefour em Porto Alegre na noite anterior. Conforme a Polícia Civil gaúcha, a vítima identificada como João Alberto Silveira Freitas, de 40 anos, fazia compras com a mulher, quando teria feito gestos agressivos para uma funcionária e foi conduzido para fora da loja, quando teria dado um soco em um dos seguranças e acabou espancado pela dupla. Testemunhas disseram à imprensa que outros seguranças impediam clientes de tentar parar a agressão. Vídeos do assassinato se espalharam pela internet. O vice-governador e secretário de Segurança do Rio Grande do Sul, Ranolfo Vieira Júnior, disse no Twitter que irá apurar exaustivamente o caso. Em nota, o Carrefour lamentou o episódio, disse que vai romper com a empresa responsável pelos seguranças e desligar o funcionário que comandava a loja. "Em respeito à vítima, a loja será fechada. Entraremos em contato com a família do senhor João Alberto para dar o suporte necessário". Veja o vídeo e as citadas postagens.

Um representante comercial que vendia produtos alimentícios para um supermercado do Carrefour, em um bairro do Recife (PE), sofreu um infarto e morreu no local. O corpo foi cercado com guarda-sóis e outros tapumes improvisados entre as gôndolas e o mercado continuou funcionando normalmente, das 7h30 às 11h, até a chegada de uma equipe do IML ao local. O caso ocorreu na sexta-feira, mas ganhou só repercussão ontem, após a história de espalhar nas redes sociais com protestos de internautas pelo fato de o supermercado ter permanecido aberto com um cadáver no local. O homem foi identificado como Moisés dos Santos, de 53 anos. Consultado, o Carrefour enviou hoje nota ao site G1 PE lamentando o episódio, informando que está apoiando "a família do Sr. Moisés neste momento tão difícil" e diz que revisou seus protocolos "implementando a obrigatoriedade de fechamento das lojas para fatalidades como essa".

O Carrefour anunciou neste domingo a compra no Brasil por R$ 1,953 bilhão de 30 lojas e 14 postos de combustíveis operados pelo Makro no DF e em dezesseis estados: AL, AM, BA, CE, GO, MT, PA, PB, PI, PR, PE, RJ, RS, SC, SE e TO. "Essa transação é o movimento mais importante do Grupo Carrefour no Brasil desde a aquisição do Atacadão em 2007", disse o presidente mundial do Carrefour, Alexandre Bompard. As lojas compradas devem ganhar a bandeira Atacadão no período de doze meses. As 30 lojas apresentaram em 2019 vendas brutas de aproximadamente 2,8 bilhões de reais. Conforme o site G1, com a venda, o grupo holandês SHV, dono do Makro, passa a ter 38 unidades no país, mas deve negociar mais 14 unidades para outras redes para focar suas operações no estado de São Paulo onde tem 24 lojas.

Uma moradora do Bairro Nova Lima, em Campo Grande, comprou um celular Samsung A50 por R$ 1.375 no site do Carrefour, no dia 23 de novembro, e recebeu o pedido ontem com uma desagradável surpresa ao abrir o pacote e encontrar um par de luvas sujas e sachês de ketchup e maionese. "Foi totalmente decepcionante", disse a mulher ao site Midiamax, informando que a caixa entregue por uma transportadora não tinha nenhum sinal de violação. Ela afirmou que encontrou em contato com a empresa e deve aguardar cinco dias para resposta. Conforme o site, a assessoria da empresa divulgou a seguinte nota: "O Carrefour lamenta o caso ocorrido. A empresa entrou em contato com a cliente, assim que soube do ocorrido, a fim de oferecer todo o suporte necessário. Um novo aparelho celular será enviado, com urgência, e a rede acompanhará todo o processo até a entrega do produto. A companhia reafirma seu compromisso em oferecer a melhor experiência de compras, respeitando a legislação e o Código de Defesa do Consumidor."