Outro dia, ouvi mais uma vez essa história picareta dita com ares de sabedoria: é melhor votar em político rico porque ele não precisa roubar. Em primeiro lugar, esse é um raciocínio idiota. Tanto faz o cara ser pobre ou milionário, a corrupção é uma questão de oportunidade criada por falhas institucionais.
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Na Câmara é assim: eleições são pelo voto secreto e as votações pelo voto aberto. Ao impor a anulação da eleição que fez vitoriosa a chapa de oposição para a comissão do impeachment o STF desconsiderou a CF, a tradição da Casa e o seu Regimento Interno e estabeleceu a eleição da Comissão de Impeachment como a única eleição onde o voto é aberto e só pode concorrer uma chapa, a oficial. Isto é ou não é um casuísmo? E um casuísmo que beneficia diretamente o Governo.
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Quando, em novembro de 2014, o governador Reinaldo Azambuja começou a preparar a transição governamental, escrevi um artigo -“Transição Intransitiva”-, mostrando que a equipe com a qual ele esperava fazer um “governo de mudanças” não ia dar certo. Na verdade, o texto não tinha por objetivo fazer críticas pessoais e sim levantar questões institucionais que poderiam servir de alerta para que erros fossem mitigados ao longo do tempo. No íntimo, eu torcia para estar errado ou que ainda pudesse ser injusto com pessoas de minha sincera estima, mas o tempo..., bem, o tempo segue esculpindo suas ruínas, sem que se haja fazer muitas coisas que justifiquem a veracidade dos fatos. Eles estão sonoramente gritando nos nossos ouvidos, mas o mugido das consciências arrasta para outras distrações.
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Nesta semana que finda 2015 e inicia 2016, eis que uma notícia agita a imprensa em um dos períodos mais mornos de acontecimentos. Leonel de Moura Brizola é inscrito no Livro de Heróis da Pátria. Nada mais justo. Político que se fez através do voto popular, nasceu muito pobre e para os humildes sempre governou. Seja pelas 6300 escolas construídas em seu governo no Rio Grande do Sul, pelo assentamento dos trabalhadores sem terra, em uma das primeiras experiências de reforma agrária no Brasil.
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O pacote chegou no dia de Natal. Era uma caixa de tamanho médio, embrulhada com papel barato de tom avermelhado, amarrado com uma fita azul de organdi. Pelo peso, parecia não ter nada dentro. Chacoalhei várias vezes e desconfiei de que se tratava de uma brincadeira. Não havia cartão, não havia qualquer indicação de origem, apenas uma caixa vazia.
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Está mais do que claro que 2015 não terminará em 31 de dezembro. O ano de 2016 – tudo indica – começará lá pelos fins de março, quando as águas estivais fecharem o verão e a sensação de que algo mais ameno possa vir pela frente (pelo menos publicitariamente) será tudo ilusão , pois o fato é que estaremos vivendo o ápice da crise, com as massas nas ruas, provavelmente com o deputado Eduardo Cunha fora do Congresso, e Lula na bica para ser chamado a fazer uma visita ao carcereiro de Curitiba. O tempo cronológico no Brasil será apenas uma força expressão.
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Na semana passada recebi convite de um amigo, professor de história de uma instituição que atende jovens e adolescentes na periferia de Campo Grande, para debater as candentes questões políticas brasileiras. Devo confessar que sou um pouco avesso a este tipo de atividade pedagógica porque ela me parece descolada dos interesses dessa meninada alegre e dançante, forjada pela escassez de recursos, de um lado, e pelo estímulo permanente ao consumismo, de outro. Mesmo assim topei participar do “evento”, motivado por uma curiosidade, digamos, “sociológica”, porque a interlocução com pessoas que vivem experiências diferentes da sua sempre acrescenta novos ingredientes à sua capacidade de espanto.
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Parcela da classe política já sabe – por experiência vivida e relatada - que o grande problema dos escândalos atuais, principalmente quando alguém importante vai preso (e são muitos os encarcerados no momento), não se constitui propriamente nas estratégias das defesas judiciais nem na delação premiada, e, sim, nas reações inesperadas das famílias diante dos fatos e seus desdobramentos na mídia.
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No momento em que eu havia me comprometido a entrar de férias nesta prazerosa arte da escrita, o vice-presidente da República Michel Temer (PMDB) me inspirou a sentar, pesquisar e escrever este texto. Fazer o quê? Quando bate a inspiração não se pode perder a oportunidade. Então vamos lá. Devido a seu destaque nos últimos dias, principalmente após a famosa carta endereçada a presidente Dilma Rousseff (PT), lembrei-me que algumas vezes na história de nossa República, que completou 126 anos de vigência, alguns vice-presidentes marcaram a política nacional.
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