A sexta turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), por unanimidade, mandou libertar os três funcionários da Vale e dois engenheiros da empresa TÜV SÜD, que prestava serviços para a mineradora, que foram presos por ter atestado a segurança da barragem, cujo rompimento causou a tragédia em Brumadinho (MG) onde até agora foram confirmadas 142 mortes e outras 194 pessoas seguem desaparecidas. O presidente da Sexta Turma e relator do caso, Nefi Cordeiro, disse que os mandados de prisão não indicavam sequer se havia culpa dos funcionários e engenheiros ao atestar a segurança das barragens Para o ministro, as prisões temporárias não se justificam, porque não há indícios os cinco estariam dificultando a coleta de documentos. A liminar do STJ tem validade até que o Tribunal de Justiça de Minas Gerais julgue o mérito dos pedidos de liberdade dos profissionais.

O presidente da Vale, Fabio Schvartsman, anunciou à imprensa que a empresa vai paralisar todas as suas 19 barragens de rejeitos de mineração do modelo a montante, o mesmo que desabou em Brumadinho e Mariana, em Minas Gerais. O processo deve demorar entre um e três anos. Com a decisão, será suspensa a produção de até 40 milhões toneladas de minério de ferro por ano, por três anos, 10% da do total da mineradora. O executivo disse que não haverá demissões. "Temos aproximadamente 5 mil trabalhadores. Esses 5 mil serão absorvidos no plantel da Vale, que é de 80 mil trabalhadores". O anúncio foi feito quatro dias depois da tragédia de Brumadinho, onde foram confirmadas 84 mortes e 276 pessoas seguem desaparecidas até agora.