Jair Bolsonaro defendeu o trabalho infantil em vídeo no Facebook ao contar ontem que trabalhou na infância, com os irmãos, em uma fazenda na região de Eldorado Paulista (SP), quando seu pai administrava e era "peão" da propriedade. "Eu, com 9, 10 anos de idade, quebrava milho na plantação e quatro ou cinco dias depois, com sol, você ia colher o milho. Olha só, trabalhando com 9, 10 anos de idade, na fazenda, não fui prejudicado em nada. Quando um moleque de 9 ou 10 anos vai trabalhar em algum lugar, tá cheio de gente aí: 'trabalho escravo, não sei o quê, trabalho infantil...'. Agora, quando tá fumando um paralelepípedo de crack, ninguém fala nada. Então, o trabalho não atrapalha a vida de ninguém". Em seguida, o presidente frisou: "Fique tranquilo que eu não vou apresentar nenhum projeto aqui para descriminalizar o trabalho infantil, porque eu seria massacrado".
A lei brasileira proíbe trabalho para menores de 16 anos, exceto na condição de aprendiz, que só pode ser exercida a partir dos 14. Na live, Bolsonaro criticou o excesso de direitos e poucos deveres: "Hoje em dia é tanto direito, tanta proteção, que tem uma juventude aí que uma parte considerável não tá na linha certa. (...) Hoje você só tem direitos. Deveres quase nenhum, e é por isso que nós afundamos cada vez mais". No vídeo, chamou os ministros Ernesto Araújo de "Garrincha", Tereza Cristina de "Pelé" e Paulo Guedes de "Nilton Santos" pelo acordo Mercosul - União Europeia e falou de outros assuntos - veja aqui no Facebook.
Criticado por adversários sobre o vídeo, Bolsonaro escreveu hoje no Twitter: "A esquerda está me atacando por defender que nossos filhos sejam educados para desenvolver a cultura do trabalho desde cedo. Se eu estivesse defendendo sexualização e uso de drogas, estariam me idolatrando. Essa é a verdade!"
- A esquerda está me atacando por defender que nossos filhos sejam educados para desenvolver a cultura do trabalho desde cedo. Se eu estivesse defendendo sexualização e uso de drogas, estariam me idolatrando. Essa é a verdade!
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) 5 de julho de 2019