Depois de aprovar requerimento de urgência para votação em plenário a legalização dos jogos de azar no Brasil, projeto que tinha grande resistência da bancada evangélica, a Câmara dos Deputados aprovou em duas votações ontem uma Emenda à Constituição que livra templos de quaisquer cultos da cobrança de IPTU, mesmo em imóveis alugados por entidade religiosa. Antiga demanda da bancada evangélica, a PEC do ex-senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) tramitava na Casa desde 2016, e agora vai à sanção do presidente Jair Bolsonaro.

O bispo Edir Macedo perdeu uma ação na Justiça contra o casal Luciano Gonçalves e Mariângela Ribeiro, donos de uma pequena loja de livros usados em Resende (RJ), por causa de um banner com uma piada colocada na porta do sebo.

Um dos principais apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, o líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, pastor Silas Malafaia, provocou uma série comentários no Twitter ao postar um vídeo, sábado, na rede social, e escrever: "Nem FHC, Lula e Dilma juntos fizeram o que Bolsonaro tem feito". Até adversários concordaram.

A decisão do ministro Kássio Nunes Marques, do Supremo, de impedir que prefeitos e governadores possam proibir cultos, missas e outros eventos religiosos presenciais para evita ro contágio da covid-19 foi comemorada em vídeo nas redes sociais pelo pastor Silas Malafaia, presidente da igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo e apoiador de Jair Bolsonaro. No vídeo, Malafaia chama de "bobalhão" o prefeito Alexandre Kalil (PSD), de Belo Horizonte, que disse no Twitter que o plenário do STF validou decretos municipais, foi intimado por Marques a cumprir sua decisão e recorreu à Corte. Malafaia também agradeceu ao procurador-geral da República, Augusto Aras, e ao advogado-geral da União, André Mendonça, que pediram ao Supremo a liberação dos eventos religiosos presenciais. Porém, esses pedidos caíram no STF com Gilmar Mendes e ainda estão sem decisão. A liminar de Marques foi concedida em ação da Associação Nacional de Juristas Evangélicos (Anajure) contra decretos dos governos do Piauí e Roraima e de prefeituras de sete cidades, entre elas Rio Brilhante (MS).

Silas Malafaia e Olavo de Carvalho estão em conflito nas redes sociais sobre quem mais influenciou na eleição de Jair Bolsonaro. A briga, lembra o Estadão de S.Paulo, começou na segunda-feira, quando o pastor usou o Twitter para criticar declaração de Eduardo Bolsonaro sobre fisólsofo ter sido o maior responsável pela vitória do pai. "Perde a oportunidade de ficar de boca fechada. É simplesmente ridículo. Aprenda a respeitar aliados e deixe de bajular guru", escreveu Malafaia.

Chamando o pastor de "bispo", Olavo respondeu ontem no Facebook: "Prezado bispo Malafaia: Ninguém pode negar que as igrejas evangélicas ajudaram um bocado na derrocada do petismo. Mas também não pode negar que elas entraram nessa luta com um atraso formidável. Pelo menos até 2009 ainda se davam muito bem com o partido governante. Nesse ano Lula em pessoa oficializou em lei a Marcha Para Jesus. Será que o senhor já esqueceu?"

Neste sábado, Malafaia voltou a disparar uma série de postagens no Twitter, chamando o filósofo de "astrólogo" e destacando a influência dos evangélicos nas eleições de 2018.

O discurso independente de Hamilton Mourão incomoda lideranças do setor evangélico, que apoiaram a eleição de Jair Bolsonaro e pretendem pressionar o presidente, depois que ele deixar o hospital, para que desautorize o vice, diz o Estadão de S.Paulo. As reclamações incluem uma entrevista em que o general afirmou que aborto é uma escolha da mulher, mas o ponto central das queixas é a manifestação contrária à mudança da embaixada brasileira de Tel-Aviv para Jerusalém.

"Mourão é um poeta calado. Sempre que abre a boca cria um problema para o governo", disse ao jornal o deputado Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ), da frente que reúne 108 deputados e 10 senadores. "Por que o Mourão, sabendo das bandeiras do Bolsonaro, não se manifestou antes da eleição? É uma coisa feia esconder suas convicções. Faltou protocolo e ética no exercício da função dele. Mourão está fazendo campanha para 2022, mas a ala conservadora não vota nele nunca", afirmou o pastor Silas Malafaia, líder da igreja Vitória em Cristo e presidente do Conselho dos Pastores do Brasil. 

O Estadão informa que fontes do primeiro escalão das Forças Armadas disseram que Mourão age de forma "coerente" com o pensamento dos militares, especialmente quando faz críticas à política externa – e quando desautorizou, por exemplo, o chanceler Ernesto Araújo sobre a oferta de uma base no Brasil para os EUA – e sinaliza que a prioridade do governo deve ser a agenda econômica, e não a de costumes.

A escolha do deputado Osmar Terra (MDB-RS) para o Ministério da Cidadania, não agradou Silas Malafaia, que esperava emplacar no cargo o senador Magno Malta. "A única pessoa que pode responder por que o Magno não foi confirmado é o próprio presidente. Para mim, Bolsonaro disse três vezes que estava pensando em colocar o Magno no Ministério da Cidadania. Apoio integralmente o Bolsonaro, mas não vou concordar 100% com as ações dele. A unanimidade é burra" disse Malafaia ao jornal O Globo. À Folha de S.Paulo, Silas Malafaia disse que "gratidão é memória do coração" e afirmou que Malta, que não foi reeleito, fez tanto por Bolsonaro que "esqueceu a campanha dele e tomou ferro".