Mais dois óbitos, ambos de Campo Grande, e 137 testes positivos de covid-19 (27 da Capital) foram divulgados nesta sexta-feira em Mato Grosso do Sul.

O ministro da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos Baptista Pereira, foi transferido para a reserva remunerada do Exército por ato do presidente Jair Bolsonaro publicado hoje no Diário Oficial da União. Conforme a colunista Andreia Sadi, do G1, Ramos vinha conversando com Bolsonaro sobre ir para a reserva e se dedicar mais à articulação política, atribuição de sua pasta no governo, e acabar com especulações sobre envolvimento de militares da ativa na política.

De dois primeiros casos divulgados no sábado, dobrou para quatro o número de testes confirmados de coronavírus em Mato Grosso do Sul conforme boletim divulgado nesta segunda-feira pela Secretaria de Estado de Saúde (SES). Um dos casos é o de Robson Gatti, de 46 anos, assessor especial do prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD). Gatti contou ao site Campo Grande News que deu entrada ontem no Hospital da Cassems com dores no corpo e na cabeça, foi internado e hoje recebeu o diagnóstico positivo. Disse que passa e deve ter alta amanhã para cumprir isolamento em casa, mas afirmou ao site que não sabe como contraiu o vírus. "Estive em Nova Iorque no ano passado, voltei no dia 4 de janeiro e depois não sai mais de Campo Grande, nem no carnaval", afirmou. O prefeito declarou ao site que não teve contato com o assessor recentemente, mas fez coleta hoje para exame por "precaução". Disse anda que duas pessoas da equipe de comunicação, que têm contato direto com o assessor, foram colocadas em quarentena, e os demais devem fazer o exame. O outro caso positivo na Capital é o de um empresário de 66 anos que notificado pelo Hospital Proncor no sábado. Desde o dia 25 de janeiro, foram registradas 88 notificações de casos suspeitos em MS, sendo que 51 foram descartados para Covid-19.

O general de divisão Carlos Alberto dos Santos Cruz, que chegou a ser cotado para a Secretaria Nacional de Segurança Pública, será o futuro ministro-chefe da Secretaria de Governo, cargo atualmente ocupado por Carlos Marun. O anúncio foi feito há pouco pelo presidente eleito Jair Bolsonaro no Twitter. Santos Cruz, que comandou forças de paz da ONU que desarticularam a ação de milícias e grupos rebeldes no Haiti e no Congo, terá no futuro cargo a missão de articulação do governo com o Congresso. Indagado, Marun respondeu ao Blog: "Não me cabe comentar, só me cabe torcer pelo seu sucesso!"

A Comissão de Ética Pública (CEP) da Presidência da República impôs advertência ao ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, por ter declarado em entrevista no Planalto, em dezembro, que o governo esperava apoio na votação da reforma da Previdência dos governadores que quisessem financiamentos da Caixa Econômica. O presidente da CEP, Luiz Navarro, disse que Marun infringiu o artigo 3º do código de ética da alta administração federal, que diz: "no exercício de suas funções, as autoridades públicas deverão pautar-se pelos padrões da ética, sobretudo no que diz respeito à integridade, à moralidade, à clareza de posições e ao decoro, com vistas a motivar o respeito e a confiança do público em geral". Navarro afirmou que a declaração do ministro "passa uma imagem de que se não votar com o governo não vai receber empréstimos", que "devem ser concedidos de acordo com critérios técnicos". A advertência deve ser encaminhada ao presidente Temer. Consultado, Marun afirmou há pouco ao Blog: "Devo recorrer, mas ainda não tive tempo de analisar a decisão".

Na reta final do prazo para ministros e secretários de Estado deixarem os cargos para disputar as eleições deste ano, que expira no sábado, dia 7 de abril, o ministro Carlos Marun (Secretaria de Governo) confirmou ao Blog hoje que continuará no governo. "Fico ministro", acaba de responder via Whatsapp o deputado federal licenciado por MS, questionado se deixaria o cargo para virar candidato. Nesta segunda-feira, o presidente Michel Temer deu posse a dois novos ministros: Gilberto Occhi (Saúde) e Valter Casimiro Silveira (Transportes, Portos e Aviação Civil) e ao novo presidente da Caixa Econômica Federal, Nelson Antônio de Souza.

O fato de Carlos Marun anunciar que vai se licenciar do cargo de ministro-chefe da Secretaria de Governo para pedir ao Congresso o impeachment do ministro Barroso, do Supremo, teria mais de um motivo, conforme comentários vindos de Brasília. É que o prazo para ministros deixarem o governo de Michel Temer e ficarem aptos para disputar as eleições de 2018 termina no dia 7 de abril. E, em Mato Grosso do Sul, lideranças do MDB já apostam que Marun disputará a reeleição.

Carlos Marun cogitou deixar a Secretaria de Governo para se lançar candidato ao Planalto pelo MDB, informa a Coluna do Estadão. "O nome de Marun foi defendido por seus colegas de bancada por causa da sua disposição de defender o presidente. O plano B é forçar Michel Temer a assumir a candidatura à reeleição e ocupar ele mesmo esse espaço no debate eleitoral", diz Andreza Matais, na coluna. O presidente Michel Temer, afirma a jornalista, pediu para que Marun continue como coordenador político do governo até o fim do ano.

O ministro Carlos Marun, da Secretaria de Governo, deixou claro em entrevista ontem que o Planalto vai ficar de olho nos governadores que serão fiéis depois de receber verbas do governo federal. Para Marun, a liberação de recursos da Caixa é uma "ação de governo", e não "chantagem", para os governadores pressionarem deputados a votar a favor da reforma da Previdência.