Quatro meses depois de aceitar abrir um escritório de advocacia com Rodrigo Janot em Brasília, o ex-procurador-geral de Justiça de São Paulo, Márcio Elias Rosa, decidiu romper a sociedade, diz o jornalista Guilherme Amado, informando na revista Época que "Elias Rosa foi pego de surpresa com o teor das declarações feitas por Janot" (que revelou ter ido armado ao Supremo em 2017 para matar o ministro Gilmar Mendes) e a "alguns amigos, se disse traído". O caso levou Supremo a proibir ontem Janot de entrar na Corte e de se aproximar de seus ministros e a suspender seus portes de arma. Neste sábado, em nota, o novo procurador-geral da República, Augusto Aras, diz que "considera inaceitáveis as atitudes divulgadas no noticiário a respeito de um de seus antecessores" e afirma: "Os erros de um único ex-procurador não têm o condão de macular o MP e seus membros". Leia aqui a íntegra.
A direção nacional da OAB ingressou com ação no Supremo pedindo que as Cortes de todo o País submetam membros da magistratura, do Ministério Público e das demais instituições públicas ou privadas à inspeção com uso de detector de metais, como já acontece com advogados ao adentrarem nas sedes do Judiciário. A entidade já vinha reclamando do fato de advogados serem obrigados a passar por detectores e a OAB-MS acionou recentemente o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) contra esse tipo de abordagem em sedes do Judiciário de Mato Grosso do Sul conforme aqui divulgado. Ontem, o presidente nacional da OAB, Felipe Santa Cruz, ingressou com a ação no STF pedindo isonomia no acesso ao Judiciário, após o ex-procurador da República Rodrigo Janot ter revelado que entrou armado no Supremo em 2017 para matar o ministro Gilmar Mendes. "Hoje, como as revistas são restritas à advocacia, impôs-se um privilégio inaceitável, na fiscalização, que traz graves problemas", diz a OAB. Leia aqui a nota e aqui a íntegra da Ação Direta de Insconstitucionalidade.
Um dia depois de Rodrigo Janot declarar à imprensa que chegou a ir armado ao Supremo em 2017 com a intenção de matar Gilmar Mendes e se suicidar, o ministro do STF, Alexandre de Moraes, mandou a Polícia Federal fazer busca e apreensão na casa e no escritório do ex-procurador-geral da República para recolher armas, celulares etc., suspendeu seu porte de arma e proibiu Janot de entra na sede e ou anexos da Corte e de aproximar-se a menos de 200 metros de qualquer um de seus ministros. Em nota, a Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) condenou as declarações de Janot, mas também repudiou que o episódio, "por oportunismo", possa "servir de pretexto para ações que busquem enfraquecer a instituição" citando declaração de Gilmar defendendo "mudanças na forma de escolha da chefia da instituição para que qualquer 'jurista' possa ser escolhido procurador-geral, mesmo que não pertencente à carreira". A ANPR também condenou os mandados de Moraes emitidos em uma "investigação inconstitucional", o chamado inquérito das fake news contra o Supremo, frisando que o "Inquérito nº 4.781 afronta o Estado democrático de direito ao usurpar atribuição do Ministério Público". Leia aqui a íntegra.
Acho que nada precisa ser acrescentado."
Lamento que o ex-chefe da PGR tenha sido capaz de cogitações homicidas por divergências na interpretação da Constituição. É difícil não imaginar os abusos cometidos ao acusar e processar investigados. Seguirei firme na defesa das liberdades individuais e do Estado de Direito.
— Gilmar Mendes (@gilmarmendes) September 27, 2019
Como havia feito em abril (veja aqui), Carlos Marun voltou a publicar no Facebok, desta vez com um monte de "kkks", a foto de Rodrigo Janot conversando com Pierpaolo Bottini, que foi advogado de Joesley Batista, em um bar de Brasília, para responder nova provocação postada pelo ex-procurador-geral da República que escreveu "Kkkkkkkkkkkkk rindo alto kkkkkkkk" ao postar no Twitter link do Estadão com a notícia intitulada "Marun aponta 'conspiração asquerosa' contra o governo e Temer", sobre a entrevista do ministro que apontou uma "perseguição" da PF que queria mandados para fazer busca e apreensão em seus endereços (leia aqui). Veja abaixo as postagens de Janot e Marun.
Kkkkkkkkkkkkk rindo alto kkkkkkkk https://t.co/r3OHBhwaDd
— Rodrigo Janot (@Rodrigo_Janot) 6 de julho de 2018