A Câmara dos Deputados aprovou em regime de urgência na noite anterior projeto do ex-senador Roberto Requião (MDB-PR) que define crimes de abuso de autoridade, cometidos por servidores públicos e membros dos três poderes da República, do Ministério Público, dos tribunais e conselhos de contas e das Forças Armadas. Já aprovado no Senado, o texto segue à sanção do presidente Jair Bolsonaro.
Considerada uma reação do Congresso para conter investigações como as da Lava Jato, a proposta lista 37 ações que poderão ser consideradas abuso de autoridade, como obter provas por meios ilícitos; executar mandado de busca e apreensão em imóvel, mobilizando veículos, pessoal ou armamento de forma ostensiva, para expor o investigado a vexame; impedir encontro reservado entre preso e seu advogado; e decretar a condução coercitiva de testemunha ou investigado sem intimação prévia de comparecimento ao juízo.
No Twitter, a líder do governo no Congresso, deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), escreveu que é contra o projeto e afirmou: "Jamais defenderei qualquer abuso, como também jamais moverei uma palha que possa, eventualmente, prejudicar o combate à corrupção, as ações da Lava Jato e afins." Na rede social, contra a medida do Congresso, a hastag #VetaBolsonaro era uma das mais postadas na noite anterior.
Que fique claro: sou CONTRA e voto CONTRA o PL do Abuso de Autoridade. Jamais defenderei qualquer abuso, como também jamais moverei uma palha que possa, eventualmente, prejudicar o combate à corrupção, as ações da Lava Jato e afins. #AbusoDeAutoridadeNao
— Joice Hasselmann (@joicehasselmann) August 15, 2019
Pelo que entendi, a nova lei anti-justiça torna crime o ato de pedir investigação sem que se tenha indícios para investigar,
— Fabrício Lamas (@fabriciolamas) August 15, 2019
Só que investigar serve justamente para obter indícios #VETABOLSONARO pic.twitter.com/gsXy5mMGNP
O presidente Michel Temer lançou hoje em ato do MDB em Brasília o nome do ex-ministro Henrique Meirelles para disputar sua sucessão, depois de ter sido pressionado por lideranças do MDB, incluído a líder da sigla no Senado, Simone Tebet (MS), a desistir da reeleição (leia aqui). Ao discursar no lançamento do documento "Encontro com o futuro", na sede da Fundação Ulysses Guimarães, Temer citou Meirelles como “o melhor entre os melhores" para representar o partido. "Chamamos você e chamamos para ser presidente do Brasil!" afirmou. O presidente também defendeu que Meirelles seja o "único candidato" dos partidos de centro e, sem citar nomes, mandou um recado para lideranças do MDB não alinhadas com sua liderança no partido, como os senadores Renan Calheiros (AL), Roberto Requião (PR), simpatizantes declarados de Lula, e o presidente do Congresso Eunício Oliveira (CE). "Vamos parar com essa história de eu não apoio o Meirelles. Dizer: 'Ah, eu não apoio o Meirelles?' Saia do partido. Temos que ter unidade absoluta, não podemos contemporizar. O povo brasileiro está atento", afirmou.
Juíza barra visita de governadores a Lula
Postado: 10 Abril 2018 às 17:00 - em: Principal