O Ministério Público Federal, por meio da Procuradoria da República no Distrito Federal, abriu um inquérito civil para apurar "indevidas interferências"do presidente Jair Bolsonaro, do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, no processo de aprovação da Reforma da Previdência, informa a coluna Radar da Veja. A apuração conduzida pelo procurador da República Carlos Bruno Ferreira da Silva atende a pedido da bancada de deputados federais do PSOL David Miranda, Edmilson Rodrigues, Fernanda Melchionna, Áurea Carolina e Glauber Braga que afirmaram ao MPF que o presidente cometeu crime de responsabilidade na liberação de emendas. Conforme o site O Antagonista, os deputados do PSOL falam em compra de votos, sendo que o governo liberou mais de R$ 1 bilhão em emendas, sendo R$ 444.513.894 sem autorização legislativa. Veja aqui a portaria.
Nesta manhã acontece sessão solene no Congresso para promulgar a Emenda Constitucional 103, que reforma a Previdência. Com a promulgação, as novas alíquotas de contribuição passam a valer sobre os salários de março de 2020, por faixas de renda. Será necessário calcular caso a caso para ver quem vai pagar mais ou menos. Por exemplo, quem ganha R$ 2.800,00 hoje paga 9% ou R$ 252,00. Com a tributação por faixas, a alíquota efetiva será de 9,32% e a contribuição sobe para R$ 261,03. Já quem ganha R$ 1.800,00 terá redução da contribuição dos atuais R$ 162,00 para R$ 147,03. Na prática, a tabela do INSS não deve entrar em vigor com esses valores porque é reajustada pela inflação todo início de ano. O governo divulgou uma calculadora de contribuição online para que você possa simular sua aposentadoria e calcular a alíquota de contribuição. Acesse aqui e veja mais sobre a nova Previdência no vídeo abaixo divulgado ontem pela Câmara.
A #ReformaDaPrevidência vai ser promulgada amanhã, em solenidade do #CongressoNacional. Confira as mudanças gerais para quem se aposenta a partir de agora. pic.twitter.com/Hg1ORUFJ5W
— Câmara dos Deputados (@camaradeputados) November 11, 2019
A previsão de economizar R$ 800 bilhões em dez anos foi mantida, mas o PT conseguiu emplacar uma mudança na reta final da votação da reforma da Previdência hoje. Por unanimidade, os senadores aprovaram o destaque petista que garante aposentadoria especial por periculosidade. A emenda à Constituição será promulgada pelo Congresso no dia 19 de novembro, anunciou o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), que convidou para fazer o discurso final o senador gaúcho Paulo Paim, do PT, partido contrário à reforma, que aproveitou para disparar algumas alfinetadas contra o governo. Foi um "inusitado paradoxo", escreveu o jornalista Josias de Souza sobre o discurso petista fechando a votação da mais ampla reforma previdenciária já aprovada no Brasil. "Foi mais ou menos como se o Coringa ganhasse o papel de protagonista de uma festa promovida pelo Batman", comparou Josias (leia aqui) em seu blog no UOL. As novas regras passarão a valer na promulgação da emenda, mas as alíquotas de contribuição só passarão a valer após 90 dias.