Uma proposta para revogar a Lei 12.612, sancionada pela então presidente Dilma em 2012, que deu a Paulo Freire, educador falecido em 1987, o título de patrono da educação brasileira, precisa de 20 mil assinaturas no site do Senado para que o assunto seja debatido na Casa, e até este sábado tem 14.100 apoiadores (veja aqui). A ideia é defendida por Miguel Nagib, fundador do movimento Escola Sem Partido. "Paulo Freire, de certo modo, é responsável pelo descalabro que é a educação no Brasil. Nesse sentido ele até mereceria ser citado com patrono", ironiza.
Paulo Freire se filiou ao PT em 1980 e foi secretário de Educação da cidade de São Paulo na gestão da então prefeita petista Luiza Erundina, iniciada em 1988. Como deputada federal, Erundina (PSB-SP) foi a autora do projeto que deu o título de patrono da educação a Freire.
A proposta para cassar o título do educador pernambucano é de Stefanny Papaiano, do movimento Escola Sem Partido. Ela diz que "Paulo Freire é considerado filósofo de esquerda e seu método de educação se baseia na luta de classes" e afirma que "os resultados são catastróficos e tal método já demonstrou em todas as avaliações internacionais que é um fracasso retumbante".
Em defesa de Freire, o professor da Universidade Católica de Brasília, Célio da Cunha, classifica o projeto como "absurdo". "Freire é não só o educador, mas o intelectual brasileiro que mais teve repercussão no exterior", diz. "Seu legado é uma forma de educação que se aplica a todos os setores da sociedade; sua obra tem uma dimensão pedagógica a favor dos excluídos e segmentos pobres da população", argumenta o professor.
(Com Gazeta do Povo)