O vice-presidente Hamilton Mourão falou hoje no Twitter sobre os ataques de opositores a Jair Bolsonaro depois que o Estadão divulgou ontem que o presidente teria enviado aos seus contatos no WhatsApp um dos vídeos de apoiadores convocando manifestações em defesa do governo para o dia 15 de março. Na rede social, o general também disse que não autorizou o uso de sua imagem nessas convocações: "Não autorizei o uso de minha imagem por ninguém, mas protestos fazem parte da democracia que não precisa de pescadores de águas turvas para defendê-la. O presidente @JairBolsonaro não atacou as instituições, que estão funcionando normalmente."
ALERTA – Também no Twitter, o general Augusto Heleno, ministro do GSI, alertou: "ATENÇÃO. Estão usando meu nome, indevidamente e sem meu conhecimento, para pedir apoio financeiro a empresários e amigos, em prol de propaganda e/ou de manifestações políticas. Alerto a todos que jamais faria isso ou autorizaria tal procedimento."
Não autorizei o uso de minha imagem por ninguém, mas protestos fazem parte da democracia que não precisa de pescadores de águas turvas para defendê-la. O presidente @JairBolsonaro não atacou as instituições, que estão funcionando normalmente. pic.twitter.com/PKHJCuz7A7
— General Hamilton Mourão (@GeneralMourao) February 26, 2020
ATENÇÃO. Estão usando meu nome, indevidamente e sem meu conhecimento, para pedir apoio financeiro a empresários e amigos, em prol de propaganda e/ou de manifestações políticas. Alerto a todos que jamais faria isso ou autorizaria tal procedimento.
— General Heleno (@gen_heleno) February 26, 2020
Jair Bolsonaro se manifestou hoje no Twitter sobre o novo ataque dos adversários políticos na imprensa e nas redes sociais depois de o Estadão divulgar que ele compartilhou com seus contatos no WhatsApp um vídeo sobre as manifestações convocadas por apoiadores em defesa de seu governo e contra o Congresso para o dia 15 de março em todo o Brasil. "Tenho 35Mi de seguidores em minhas mídias sociais, c/ notícias não divulgadas por parte da imprensa tradicional. No Whatsapp, algumas dezenas de amigos onde trocamos mensagens de cunho pessoal. Qualquer ilação fora desse contexto são tentativas rasteiras de tumultuar a República", afirmou.
Tenho 35Mi de seguidores em minhas mídias sociais, c/ notícias não divulgadas por parte da imprensa tradicional. No Whatsapp, algumas dezenas de amigos onde trocamos mensagens de cunho pessoal. Qualquer ilação fora desse contexto são tentativas rasteiras de tumultuar a República.
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) February 26, 2020
Notícia divulgada pelo Estadão de que Jair Bolsonaro teria enviado para contatos no WhatsApp um vídeo sobre as manifestações que estão sendo convocadas para o dia 15 de março em defesa do governo virou ontem munição para adversários políticos atacarem o presidente nas redes sociais dizendo que ele estaria agindo contra a democracia. Dentre eles, o deputado federal Dagoberto Nogueira (PDT-MS) escreveu no Twitter: "Não vamos permitir mais esse ato autoritário contra o povo e a violência contra a democracia". A mobilização do dia 15 começou a ser convocada na semana passada, após a transmissão ao vivo de evento público vazar declaraçoes do ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, acuando parlamentares de fazerem "chantagem" contra o governo. Além de parlamentares de partidos de esquerda, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) também usou o Twitter para reclamar da suposta divulgação do vídeo por Bolsonaro.
O presidente Jair Bolsonaro disparou mensagens, por meio do WhatsApp, convocando apoiadores para ato contra o Congresso Nacional e o STF que deve ser realizado em 15 de março. Não vamos permitir mais esse ato autoritário contra o povo e a violência contra a democracia
— Dagoberto Nogueira (@dagobertopdt) February 26, 2020
Cinco partidos da oposição – PT, PSB, PCdoB, PSOL e PDT – vão protocolar na próxima terça-feira na Câmara pedido de cassação do líder do PSL, deputado Eduardo Bolsonaro (SP), por sua fala sobre a possibilidade de o governo editar "um novo AI-5" (veja aqui) e, no Conselho de Ética, que deve avaliar o pedido, o clima não é amigável para o filho do presidente, diz o Estadão. Além dos partidos de oposição que integram o conselho, o jornal lembra que três das quatro vagas do PSL estão com a ala ligada a Luciano Bivar, em guerra contra a família do presidente, dentre eles o Delegado Waldir (GO), de quem o filho do presidente tirou a liderança da bancada do PSL. O peso maior é do "blocão" formado pelo Centrão e agregados tem 24 das 42 vagas de titulares e de suplentes (veja aqui quem são os deputados do conselho). Conforme o jornal, sem uma base de apoio, o governo trabalha para evitar que o caso prospere no conselho, como quer a oposição.
Embora outrora tenham defendido a intervenção na segurança do Rio, como fez o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) no governo Lula (leia aqui), a oposição agora rejeita a medida adotada pelo Planalto. A alegação: Michel Temer quer usar a ação de forma eleitoral, para tentar se reeleger. Se esse interesse eleitoral for verdade, como diriam os esquerdistas "é legítimo". Afinal, qualquer ação com resultado positivo é usada, e foi usada várias vezes por eles, para se manter no poder. Na torcida contrária, os opositores da intervenção deixam claro: torcem para que tudo dê errado e que o Rio e o Brasil se danem, pelo nada coletivo interesse de não correr o risco de não poder voltar ao poder. Seu real e único interesse. Mais claro, impossível.