Além da vaga no Supremo com a aposentadoria de Marco Aurélio Mello, que levou nesta semana o pastor Silas Malafaia a atacar ministros do Centrão que integram o governo de Jair Bolsonaro e cogitam indicar um nome para a cadeira, cobrando a promessa do presidente de indicar um nome "terrivelmente evangélico", o avanço das discussões no Congresso sobre a legalização do jogo de azar no país coloca os dois grupos em "guerra".
Leia maisAfirmando que não cabe ao presidente da Republica acionar diretamente o Supremo, mas deve fazer isso por meio da Advocacia Geral da União (AGU), o que não ocorreu, o ministro do STF Marco Aurélio Mello rejeitou hoje pedido de Jair Bolsonaro para derrubar toques de recolher e outras medidas decretadas contra o avanço da covid-19 pelos governos do Distrito Federal, da Bahia e do Rio Grande do Sul. Na decisão, Marco Aurélio reforçou que o governo federal, estados e municípios têm competência para adotar medidas para enfrentar a pandemia e afirmou que, na democracia, é imprópria uma visão totalitária. "Ante os ares democráticos vivenciados, impróprio, a todos os títulos, é a visão totalitária. Ao presidente da República cabe a liderança maior, a cordenação de esforços visando o bem-estar do brasileiros", escreveu o ministro. A recusa do STF já era esperada, mas conforme juristas (leia aqui), Bolsonaro acionou a Corte para satisfazer seus apoiadores e também para continuar dizendo que a crise na economia acontece porque o Supremo lhe tirou competência para cuidar da pandemia.