A Polícia Federal amanheceu no Palácio das Laranjeiras, residência oficial do governador do Rio de Janeiro, e prendeu Luiz Fernando Pezão (MDB), que pediu para tomar seu café, antes de sair, enquanto a primeira-dama Maria Lúcia preparava sua mala. Conforme a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, que pediu à Justiça os mandados para prender o governador e oito assessores, o ex-vice Pezão sucedeu Sérgio Cabral não apenas no cargo, mas também na liderança do esquema criminoso instalado pelo ex-governador, preso há mais de dois anos. A operação Boca de Lobo, desdobramento da Lava Jato, agilizou a prisão antes de Pezão seu mandato para que documentos não fossem dispersados e a recuperação de valores prejudicada. A força-tarefa também buscou evitar que, sem foro privilegiado, Pezão pedisse que a investigação recomeçasse do zero. O vice Francisco Dornelles já assumiu o cargo. O governador eleito Wilson Witzel diz que a transição não será afetada. Pezão é o quarto dos últimos governadores eleitos do Rio a ser preso, depois do casal Antonhy e Rosinha Garotinho e Cabral.