Bate-boca dos ministros Luís Roberto Barroso e Gilmar Mendes marcou a sessão do Supremo ontem. Julgava-se uma ação sobre a extinção do Tribunal de Contas dos Municípios do Ceará, quando Gilmar lembrou que julgou inconstitucional a emenda dos precatórios, alfinetando Luiz Fux, que tinha sido relator do caso. De quebra, criticou o Rio de Janeiro, estado de Barroso.
Ao narrar a história, o site Migalhas jurídicas diz que o faixa-preta de jiu-jitsu Fux não entrou no octógno, mas Barroso revidou citando o vizinho Mato Grosso, terra de Gilmar. Cármen Lúcia, presidente, tentou interromper o embate, sem muito sucesso. Ao final, Barroso recomendou que Gilmar ouvisse a música "As Caravanas", de Chico Buarque. Nela, o Julinho da Adelaide ensina que "a raiva é filha do medo e mãe da covardia".
Veja trecho do diálogo e abaixo a integra em vídeo:
Gilmar: A prova de que falta criatividade do legislador é o caso do Rio de Janeiro – a gente citar o Rio de Janeiro como exemplo...
Barroso: Eles devem achar que é Mato Grosso, onde tá todo mundo preso...
Gilmar: Não, é o Rio de janeiro mesmo... e no Rio não estão?
Barroso: Alias, nós prendemos, tem gente que solta.
Gilmar: Solta cumprindo a Constituição... quem gosta de prender... V. Exa., quando chegou aqui, soltou Zé Dirceu!
Barroso: Porque recebeu indulto do presidente da República!
Gilmar: Não, V. Exa. julgou os embargos infringentes.
Barroso: Absolutamente, é mentira! Aliás, V. Exa. normalmente não trabalha com a verdade!
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