Ao homologar a delação do ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro, o relator da Lava Jato no Supremo, Edson Fachin, atendeu o pedido de Rachel Dodge e arquivou os trechos que citavam o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o ex-prefeito de Marília (SP) José Ticiano Dias Toffoli, irmão do presidente do STF José Antonio Dias Toffoli; o ministro do STJ Humberto Martins e o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), José Múcio Monteiro, diz o Estadão. Raquel Dodge alegou que não havia elementos suficientes para justificar a abertura de investigação nesses casos, o que levou os seis procuradores da Lava Jato na PGR a pedirem demissão coletiva no ínicio do mês (Leia aqui).
Os seis procuradores do grupo de trabalho da Lava-Jato na Procuradoria-Geral da República (PGR) pediram demissão coletiva na noite anterior, alegando "grave incompatibilidade" com a procuradora-geral Raquel Dodge. Conforme O Globo, o motivo da demissão seria o fato de Dodge, ao ter enviado na terça-feira a delação premiada do ex-presidente da OAS Léo Pinheiro ao Supremo, ter solicitado à Corte para arquivar trechos em que o empreiteiro diz ter feito repasses via caixa dois ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e ao ex-prefeito de Marília (SP) José Ticiano Dias Toffoli, irmão do presidente do Supremo, José Antonio Dias Toffoli. O Globo lembra que publicou em junho (leia aqui) que o ministro Dias Toffoli e Rodrigo Maia vinham defendendo, junto ao presidente Jair Bolsonaro, a recondução de Dodge ao comando da PGR. Em nota (leia a íntegra aqui), Raquel Dodge disse que "age invariavelmente com base em evidências, observa o sigilo legal e dá rigoroso cumprimento à Constituição e à lei" e que "todas as suas manifestações são submetidas à decisão do Supremo".