A presidente da CCJ do Senado, Simone Tebet (MDB-MS), disse hoje que a reforma da Previdência aprovada em primeira votação ontem na Casa é "prioridade de todos: municípios, estados e União" e criticou a ameaça de alguns senadores de condicionar a votação em segundo turno à partilha dos leilões do pré-sal. Seria "dar com uma mão e tirar com a outra", afirmou. A senadora defende que o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), faça um acordo para que o governo edite uma MP que garanta a divisão com estados e municípios de parte dos R$ 106 bilhões da cessão onerosa do petróleo. Ouça o áudio abaixo.
Sobre a manutenção do abono a quem ganha até dois salários mínimos, que reduz em cerca de R$ 76,4 bilhões a economia prevista ao longo de 10 anos com a Previdência (leia aqui), Simone afirmou que havia forte apelo social nesse caso e avaliou que um erro de cálculo do governo viabilizou a derrota. Ela acredita, entretanto, que a reforma não será mais "desidratada" até a conclusão da votação no Senado. Para Simone, os senadores devem pressionar pelo pacto federativo de outra forma, que não prejudique a nova Previdência, para aprovar outros temas de interesse do País como a questão dos precatórios, securitização de dívidas dos estados e a Lei Kandir, além da cessão onerosa.
Presidentes de assembleias legislativas de 20 estados brasileiros pediram hoje ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), o fim da Lei Kandir pela qual os estados abrem mão do ICMS de produtos de exportação e ficam à espera de compensação da União. O presidente da Assembleia de Mato Grosso do Sul, deputado Paulo Corrêa (PSDB), que organizou o encontro, afirmou que as "27 assembleias do Brasil estão falando a mesma língua" e que a União "não pode fingir que está pagando e não pagar nada e o estado bancar a balança comercial do País". "Os estados estão quebrando porque a União não paga o que tem que pagar referente à Lei Kandir. Então, para acabar com isso, paga-se 2019, como foi a preocupação do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, e os estados passam a poder legislar de 0 a 3%, que é a ideia que nós discutimos como ele",afirmou (veja o vídeo abaixo). Em reunião que também contou com a presidente da CCJ, Simone Tebet (MDB-MS), e o relator da Reforma da Previdência, Tasso Jereissati (PSDB-CE), os presidentes das assembleias entregaram ao Senado um documento de apoio à PEC paralela que prevê a aprovação dos Legislativos estaduais para incluir estados e municípios na reforma da previdência.
Assembleias pedem fim da Lei Kandir pic.twitter.com/T4i9prwNYY
— Marco Eusébio (@marcoeusebio7) September 11, 2019