A Polícia Federal prendeu hoje em Brasília o suplente Rodrigo Rocha Loures, ex-assessor do presidente Michel Temer flagrado recebendo uma mala com R$ 500 mil da JBS, que ficou sem foro privilegiado ao desocupar a cadeira de deputado federal com a volta de Osmar Serraglio ao cargo nesta semana, após Temer substituí-lo por Torquato Jardim no Ministério da Justiça. O mandado de prisão preventiva solicitado por Rodrigo Janot foi assinado na noite anterior pelo relator da Lava Jato no Supremo, Edson Fachin.
No pedido, Janot diz que Loures é "verdadeiro longa manus do presidente", termo em latim que significa mãos longas, usando juridicamente para designar "executor de ordens" como oficiais de Justiça. Conforme as investigações, Loures seria "homem de confiança" de Temer na relação com empresas e recebimento de propinas. Ambos são suspeitos de organização criminosa, corrupção passiva e obstrução de justiça.
Cezar Roberto Bitencourt, advogado de Loures, avalia que seu cliente foi "preso para delatar", mas prevê que ele vai se manter em silêncio. "Para que seria preso no sábado? Só pode ter sido preso para delatar", disse ao Correio Braziliense, frisando que a decisão sobre a prisão poderia ter sido decidida na próxima terça-feira, dia de sessão nas Turmas do STF que analisam questões penais como pedidos de prisão.