IPVA em queda, ICMS estagnado e IR em alta... só que não. Conforme o secretário estadual de Fazenda de Mato Grosso do Sul, Felipe Mattos, um leigo pode se enganar com o relatório publicado hoje no Diário Oficial do Estado que aponta um salto de R$ 145 milhões na arrecadação estadual em relação a maio, chegando a R$ 1,028 bilhão: "É um crescimento meramente contábil."
Há doze meses, afirma, o Imposto de Renda retido na fonte pela Agência de Previdência Social de MS (Ageprev) não era repassado ao Tesouro que, por conta disso, também não pagava valores relativos ao déficit financeiro. Em junho, conforme Mattos, isso mudou. O governo repassou R$ 204 milhões à Ageprev e recebeu R$ 208 milhões de IR. No papel, a arrecadação inflou, mas as despesas também, diz o secretário.
Mattos lembra que a queda de ICMS referente ao gás natural é muito grande e em junho ficou em torno de R$ 50 milhões, comparado ao mesmo mês do ano passado. "O gás preocupa. Já representou 25% da arrecadação. Hoje chega a 10%. É uma receita importante que o Estado vem perdendo", afirmou. Em resumo, o secretário diz que, na prática, nada mudou e a saúde financeira de Mato Grosso do Sul ainda inspira cuidados.