O deputado federal Arthur Lira (PP-AL) do Centrão, candidato à presidência da Câmara apoiado pelo governo de Jair Bolsonaro, prometeu à bancada do PT, a maior da Casa, defender três pautas de interesse dos petistas: combater o "lavajatismo", fazer mudanças na Lei da Ficha Limpa e apoiar um projeto que permita nova forma de financiamento aos sindicatos. Conforme O Globo, Lira também disse aos petistas que não vai levar adiante a pauta de costumes conservadores defendidas pelo atual governo. A executiva do PT vai se reunir na sexta-feira para definir o assunto.
Só quem tem a ficha limpa poderá ser nomeado para cargos comissionados no governo federal, conforme o Decreto nº 9727/2019 publicado hoje no Diário Oficial da União, que entrará em vigor dia 15 de maio. A medida atinge os mais de 24,5 mil cargos em comissão do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores (DAS) e das Funções Comissionadas do Poder Executivo (FCPE). Hoje, cerca de 3,7 mil ainda estão vagos, à espera de nomeação. Os critérios ocupar os são idoneidade moral e reputação ilibada; perfil profissional ou formação acadêmica compatível; e não estar impedido de acordo com a Lei da Ficha Limpa (Lei Complementar nº 64/1990). Ao divulgar o decreto no Twitter, o presidente Jair Bolsonaro, que está nos Estados Unidos, lembrou do decreto 9725/2019 publicado na semana passada que extingiu 21 mil cargos comissionados, funções e gratificações do Executivo e afirmou: "Seguimos com o objetivo de enxugar e otimizar a máquina pública. O exemplo vem de casa!"
Importante lembrar que na última semana foi publicado também o decreto 9725/2019, que extingue 21.000 cargos comissionados, funções e gratificações do Poder Executivo. Seguimos com o objetivo de enxugar e otimizar a máquina pública. O exemplo vem de casa!
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) 18 de março de 2019
Após pegar mal, a tentativa de enfraquecer a Lei da Ficha Limpa foi derrubada no Senado. Vários senadores, inclusive a líder do MDB Simone Tebet (MS), reagiram na sessão de ontem contra a urgência para votar o projeto que reduzia de dez para apenas três anos o prazo que proíbe condenados antes de 2010 de disputar eleições (leia aqui), aprovada um dia antes com muitos ausentes. Com isso, o autor do projeto, senador Dalírio Beber (PSDB-SC), pediu a retirada da proposta e o presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), mandou arquivar.
Assinei, como Líder do MDB e com o apoio da maioria da bancada, requerimento que retira a urgência do projeto que altera a Lei da Ficha Limpa. Proposta é inoportuna. pic.twitter.com/lNAFbl1G3e
— Simone Tebet (@SimoneTebetms) 20 de novembro de 2018
Um dia depois de diretórios do PT realizarem atos em vários estados para lançar a candidatura de Lula, mesmo preso, à Presidência, a presidente do Supremo, Cármen Lúcia, voltou a descartar nesta terça-feira em entrevista à Veja a candidatura de condenado em segunda instância: "O direito brasileiro não permite que haja, pela Lei da Ficha Limpa, o registro válido daquele que tenha sido condenado a partir de um órgão colegiado. Juridicamente, é isso que se tem no Brasil", afirmou.
A presidente do STF falou sobre a possibilidade de Lula, preso e condenado em segunda instância, ser candidato à Presidência. Acompanhe o #AmarelasAoVivo: https://t.co/RFek7sBHvQ pic.twitter.com/HUm6XTNm2N
— VEJA (@VEJA) 29 de maio de 2018