A Polícia Federal, o Ministério Público Federal e a Receita Federal deflagraram hoje a Operação E$quema S que cumpre 50 mandados de busca e apreensão em endereços de advogados, escritórios e empresas investigadas por supostos desvios de cerca de R$ 355 milhões do Sesc, Senac e Fecomércio do Rio de janeiro entre 2012 e 2018. Entre os alvos das buscas estão o advogados Frederick Wassef, que já defendeu o senador Flávio Bolsonaro; Cristiano Zanin e Roberto Teixeira, que representam o ex-presidente Lula; e a advogada Ana Tereza Basilio, que defende o governador afastado do Rio, Wilson Witzel. As ordens são cumpridas no Distrito Federal e em cinco estados: Rio de Janeiro, São Paulo, Alagoas, Ceará e Pernambuco. Os advogados citados negam envolvimento em irregularidades. A OAB nacional criticou a nova fase da operação Lava Jato, que classificou como "clara iniciativa de criminalização da advocacia brasileira". O atual presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, foi citado como beneficiário de repasse de R$ 120 mil em 2014 pela Fecomércio-RJ, em delação premiada do ex-presidente da entidade, Orlando Diniz - leia aqui.
Em delação premiada firmada com o Ministério Público Federal (MPF), o ex-presidente da Federação do Comércio do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ), Orlando Diniz, disse o atual presidente nacional da OAB, Felipe Santa Cruz, lhe pediu dinheiro para financiar sua campanha à reeleição na OAB-RJ em 2014 e que eles acertaram um contrato de fachada de R$ 120 mil entre a Fecomércio e Anderson Prezia, indicado por Santa Cruz para prestar supostos serviços de consultoria e assessoria jurídica que jamais teriam sido prestados, divulgou ontem a CNN Brasil. Preso em fevereiro na Operação Jabuti, desdobramento da Lava Jato, Diniz é acusado de gastar mais de R$ 100 milhões em contratos irregulares da Fecomércio, e explicou que precisava do apoio de Santa Cruz porque ele controlava um dos sindicatos que fazia oposição à sua gestão. Conforme a íntegra da delação divulgada ontem pela CNN (veja aqui), Diniz contou que teria sido orientado por Cristiano Zanin, que é conhecido como advogado do ex-presidente Lula, para fazer a contratação junto a Felipe Santa Cruz. O presidente da OAB, em nota, negou qualquer cometimento de ato ilícito.