Um dia depois de ser filmado aos beijos e abraços com uma mulher dentro de um carro com a logomarca da Prefeitura de Jaraguari, e o vídeo se espalhar nas redes sociais e na imprensa regional, o secretário municipal de Planejamento, Leônidas Nunes Santana, que é primo do cantor sertanejo Luan Santana, foi exonerado do cargo hoje.
Leia maisO presidente Jair Bolsonaro anunciou hoje a exoneração do secretário especial da Cultura, Roberto Alvim, diante da repercussão negativa do vídeo feito pela secretaria para divulgar o Prêmio Nacional das Artes em que ele cita uma frase semelhante à do ministro de propaganda da Alemanha nazista, Joseph Goebbels (veja aqui). "Comunico o desligamento de Roberto Alvim da Secretaria de Cultura do Governo. Um pronunciamento infeliz, ainda que tenha se desculpado, tornou insustentável a sua permanência" disse Bolsonaro no Twitter. "Reitero nosso repúdio às ideologias totalitárias e genocidas, como o nazismo e o comunismo, bem como qualquer tipo de ilação às mesmas. Manifestamos também nosso total e irrestrito apoio à comunidade judaica, da qual somos amigos e compartilhamos muitos valores em comum", acrescentou o presidente.
REAÇÕES Além de opositores do governo, outras lideranças e entidades se manifestaram contra o vídeo. Os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), que é judeu, cobraram a demissão. O presidente do Supremo Dias Toffoli disse ao G1 que o episódio é "uma ofensa ao povo brasileiro e, em especial, à comunidade judaica". A Confederação Israelita do Brasil (Conib) e a Federação Israelita do Estado de São Paulo (Fisesp) divulgaram nota afirmando: "Quem recita Goebbels e o nazismo não pode servir a governo nenhum no Brasil". A Embaixa da Alemanha em Brasília afirmou em nota que "o período do nacional-socialismo é o capítulo mais sombrio da história alemã" e diz que a Alemanha se opõe "a qualquer tentativa de banalizar ou mesmo glorificar a era do nacional-socialismo".
- Comunico o desligamento de Roberto Alvim da Secretaria de Cultura do Governo. Um pronunciamento infeliz, ainda que tenha se desculpado, tornou insustentável a sua permanência.
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) January 17, 2020
Dois meses depois de ter sido pressionada pelos tucanos para deixar o cargo (e ter preferido sair do PSDB para ficar no governo), Luislinda Valois foi demitida hoje da função de ministra de Direitos Humanos. Na função, ela ficou conhecida em novembro, ao dizer que seria vítima de "trabalho escravo" porque recebia "só" R$ 33,700 por mês devido ao teto do funcionalismo público, querendo receber, além do salário de ministra, mais quase R$ 30,5 mil da sua aposentadoria como desembargadora aposentada do Tribunal de Justiça da Bahia (leia aqui), o que somaria R$ 61 mil mensais. Hoje ela foi avisada pelo ministro Elizeu Padilha (Casa Civil) da demissão, diz o Globo. Conforme o jornal, a pasta de Direitos Humanos deve perder o status de ministério e ser incorporada ao Ministério da Justiça nas próximas semanas. Até lá, o ministro interino será o atual secretário de Assuntos Jurídicos, Gustavo Rocha.