Além do campeão de Fórmula 1, Emerson Fittipaldi, filiado a um partido de extrema-direita e simpatizante de Jair Bolsonaro, outro conhecido brasileiro com cidadania italiana, o empresário paulistano Andrea Matarazzo, virou candidato ao Senado na Itália, por partido de centro-esquerda, simpático a Lula.
Leia maisA mais jovem entre os 29 vereadores eleitos de Campo Grande marca a renovação da esquerda na Capital, onde há décadas não se via surgir uma nova liderança. Aos 25 anos, a acadêmica de Ciências Políticas da UFMS, Camila Jara (PT), é filha e neta de petistas e já tem quase dez anos de experiência política. Aos 16, começou como militante e já atuou na linha de frente de duas campanhas de seu partido na Capital, como coordenadora da juventude petista em 2014 e 2016.
Camila é filha do jornalista Gerson Jara e da professora Edna Bazachi. Sua avó paterna, Narcisa, foi uma dos fundadores do PT na cidade. Décadas depois, a neta surpreendeu como a mais votada da sigla na Capital, superando nomes conhecidos da política local.
Há quatro anos, quando ainda se apresentava com o sobrenome da mãe, foi notícia no Blog após encontrar em um ponto de ônibus próximo da Cooophasul, onde mora, o "Chico Dólar" (hoje falecido), que atuou no grupo enviado ao Araguaia para exterminar guerrilheiros no regime militar. Embora militante ativa, Camila apresenta um perfil de centro-esquerda, é articulada, sabe dialogar com opostos e se saiu bem [e ilesa] do inesperado e tenso encontro: leia aqui "O inusitado encontro de uma jovem petista e um militar que combateu comunistas".
Adversários na política, dois ex-presidentes do Uruguai – José "Pepe" Mujica, de 85 anos, da Frente Ampla de esquerda; e Julio María Sanguinetti, de 84, do conservador Partido Colorado – se uniram em sessão conjunta ontem para renunciar aos respectivos cargos de senador, quando trocaram um forte abraço. O gesto raro na política foi classificado por outros parlamentares como "reflexo da democracia".
Mujica havia anunciado no mês passado que deixaria o cargo por motivos de saúde e disse hoje, em discurso, que isso não "significa o abandono da política, mas sim o abandono da linha de frente". "No meu jardim, há décadas não cultivo o ódio. Aprendi uma dura lição que a vida me impôs. O ódio acaba deixando as pessoas estúpidas" disse o ex-presidente, que passou 13 anos preso durante a ditadura militar. "Já passei por tudo, mas não tenho ódio de ninguém e quero dizer aos jovens que triunfar na vida não é ganhar, mas sim se levantar toda vez que cair", acrescentou.
Sanguinetti lembrou sua renúncia já estava prevista desde antes das eleições nacionais de 2019, em uma carta de despedida. A decisão, afirmou, foi tomada pela necessidade de se dedicar à Secretaria Geral do Partido Colorado e às suas atividades como jornalista e correspondente editorial. Leia aqui as cartas de renúncia dos dois ex-presidentes no site do Parlamento uruguaio.
Embora o PT vá confirmar o deputado estadual Pedro Kemp como pré-candidato da sigla para disputar Prefeitura de Campo Grande em seu encontro virtual neste fim de semana (leia aqui), o presidente municipal Agamenon do Prado disse hoje ao Blog que o partido insiste em tentar formar uma "frente de esquerda" com outras siglas e afirmou que vai conversar com lideranças de outros partidos a partir de segunda-feira, citando o PCdoB, PSOL, PDT, PCB e PCO. Ouça abaixo.