O general Augusto Heleno, ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), rebateu as críticas do presidente da França, Emmanuel Macron, tem feito ao Brasil em relação à Amazônia durante a reunião hoje de Jair Bolsonaro com governadores da região. "Essa posição colonialista do Macron, além de ser lamentável, tem um passado triste. Noventa por cento das colônias francesas vivem em situação lamentável. A França não pode dar lição para ninguém nesse aspecto. Eu vivi o problema no Haiti. O Haiti é colônia francesa, uma delas. Onde eles passaram, deixaram rastro de destruição, de confusão, de miséria. Não podem dar esse tipo de conselho a ninguém. Isso é molecagem", disparou o general. Veja aqui no vídeo da TV Brasil.
O governo brasileiro vai rejeitar a parte que lhe caberia dos € 20 milhões (cerca de R$ 91 milhões) da ajuda do G7 para países da região amazônica combaterem queimadas, anunciada ontem pelo presidente da França, Emmanuel Macron. Afirmação foi feita pelo ministro Onyx Lorenzoni (Casa Civil) e confirmada ontem pela assessoria do Planalto, diz o jornalista Gerson Camarotti no G1. "Agradecemos, mas talvez esses recursos sejam mais relevantes para reflorestar a Europa. O Macron não consegue sequer evitar um previsível incêndio em uma igreja que é um patrimônio da humanidade e quer ensinar o quê para nosso país? Ele tem muito o que cuidar em casa e nas colônias francesas", disse Onyx. No fim de semana, o Ministério da Economia aprovou a liberação de R$ 38,5 milhões para o Ministério da Defesa usar no combate às queimadas nos estados da Amazônia. "O Brasil não aceitará nenhuma iniciativa que implique relativizar a soberania sobre o seu território, qualquer que seja o pretexto e qualquer que seja a roupagem", disse no Twitter o ministro Ernesto Araújo, das Relações Exteriores.
5/O Brasil não aceitará nenhuma iniciativa que implique relativizar a soberania sobre o seu território, qualquer que seja o pretexto e qualquer que seja a roupagem.
— Ernesto Araújo (@ernestofaraujo) August 26, 2019
As farpas trocadas por Jair Bolsonaro e o presidente da França, Emmanuel Macron, continuam. Nesta segunda-feira, o francês criticou comentário feito por Bolsonaro que escreveu "não humilha cara. Kkkkk" [sic] em uma foto postada por um seguidor no Facebook comparando a aparência das primeiras-damas do Brasil e da França, com a mensagem "Entende agora pq Macron persegue Bolsonaro?" [sic]. Macron disse à imprensa que Bolsonaro foi "extremamente desrespeitoso" e afirmou esperar que os brasileiros "venham a ter um presidente que se comporte à altura" do cargo. "É triste. É triste. Mas é triste, antes de mais nada, para os brasileiros. Penso que as mulheres brasileiras devem ter vergonha de ouvir isso do próprio presidente", disse o francês. Hoje, Bolsonaro voltou ao ataque no Twitter, onde escreveu: "Não podemos aceitar que um presidente, Macron, dispare ataques descabidos e gratuitos à Amazônia, nem que disfarce suas intenções atrás da ideia de uma 'aliança' dos países do G-7 para 'salvar' a Amazônia, como se fôssemos uma colônia ou uma terra de ninguém."
- Não podemos aceitar que um presidente, Macron, dispare ataques descabidos e gratuitos à Amazônia, nem que disfarce suas intenções atrás da ideia de uma "aliança" dos países do G-7 para "salvar" a Amazônia, como se fôssemos uma colônia ou uma terra de ninguém.
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) August 26, 2019
O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), cotado pelo pai a virar embaixador nos EUA, compartilhou no Twitter um vídeo que chama o presidente da França, Emannuel Macron, de "idiota", após o líder francês ter usado a rede social ontem com uma foto antiga de queimada (leia aqui) para convocar o bloco econômico G7 a discutir as queimadas na Amazônia neste fim de semana na cidade francesa de Biarritz. O vídeo é de um youtuber chamado Bernardo P Küster e faz críticas à crise que gerou os protestos dos coletes amarelos na França, dizendo que a intenção do presidente francês de cumprir agendas ambientais elevou o preço da gasolina e deixou o povo descontente. "Para seguir a agenda da ONU, Emmanuel Macron aumentou em 23% o imposto sobre o combustível", afirma. Veja abaixo.
Recado para o @EmmanuelMacron :https://t.co/qVyQ3Kl5ou
— Eduardo Bolsonaro???????? (@BolsonaroSP) August 22, 2019