Um dia depois de o presidente Jair Bolsonaro convidar embaixadores estrangeiros para voltar a questionar, sem provas, o sistema eleitoral de seu próprio pais, pelo qual vem se elegendo há décadas, provavelmente agora para ter uma desculpa se perder a eleição e parecendo insistir nessa história para justificar uma tentativa de golpe para se manter no poder, o governo dos Estados Unidos divulgou nota ontem afirmando que as "eleições brasileiras, conduzidas e testadas ao longo do tempo pelo sistema eleitoral e instituições democráticas, servem como modelo para as nações do hemisfério e do mundo”.
Leia maisIndagado sobre a mobilização de senadores da oposição para barrar as sabatinas com os 34 diplomatas indicados para embaixadas do Brasil (leia aqui), em protesto contra o aval do chanceler Ernesto Araújo à visita do secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, às instalações da Operação Acolhida (que recebe refugiados da Venezuela) em Roraima na sexta-feira, o presidente da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CRE) do Senado, Nelsinho Trad (PSD-MS), disse em áudio enviado na noite anterior ao Blog que já convocou os futuros embaixadores para a sessão de hoje e dará sequência às sabatinas.
"Não tenho outra alternativa, de não dar sequência a convocação já previamente realizada e dar seguimento às sabatinas dos 32 embaixadores que precisam ser instituídos de fato e de direito nos mais diferentes postos espalhados pelo mundo afora. Situação como essa pode gerar uma estagnação, não só da relação diplomática como também da relação comercial entre o Brasil e esses países. É nós temos que nos planejar, nos prevenir, nos precaver, da retomada do desenvolvimento econômico pós pandemia", declarou.
"Existem outros instrumentos como voto de censura, voto de repúdio, que pode ser proposto por algum membro da comissão, que daí sim tem uma legitimidade maior, não só de marcar posição referente a essa situação que ocorreu em Roraima, como também dar mais racionalidade a essa reação. Agora, deixar de sabatinar os 34 embaixadores que estão devidamente treinados, prontos, pra poder desenvolver pro bem do Brasil, isso eu não vou deixar de fazer. Vou cumprir com meu dever, pro bem do Brasil", acrescentou Trad. Ouça a íntegra clicando no áudio.
A Embaixada da Itália no Brasil publicou um comunicado ontem em que pede para que cidadãos e residentes na Itália que estão no Brasil "por motivos de curto prazo" voltem para a Itália "o mais rápido possível". O aviso acontece um dia depois de o embaixador da Alemanha no Brasil, Georg Witschel, publicar um comunicado semelhante citando o aumento de casos graves e de mortes e o temor de que a situação se agrave rapidamente com a pandemia da Covid-19 no país, frisando que, em alguns estados brasileiros, os sistemas de saúde já estão sobrecarregados.
??URGENTE - AVVISO AI CONNAZIONALI ??
— Italy in Brazil (@ItalyinBrazil) April 11, 2020
L’Ambasciata d’Italia a Brasilia invita i connazionali RESIDENTI IN ITALIA, attualmente in Brasile per motivi di breve durata, a fare rientro in Italia quanto prima. Maggiori info su ????????https://t.co/klBx4J6tlH
O grupo de apoiadores de Juan Guaidó que invadiu na madrugada de hoje a Emabaixada da Venezuela em Brasília, deixou o local por volta das 17h30 (DF) depois de negociação intermediada pela Polícia Militar. O grupo opositor do governo de Nicolás Maduro pedia que a embaixadora Maria Teresa Belandria e a equipe diplomática indicados por Guaidó em fevereiro para a representação no Brasil assumissem a embaixada. Deputados do PT e do PSOL e militantes de esquerda estiveram no local contra os invasores em apoio ao regime de Maduro, dentre eles o advogado de Campo Grande Ilmar Renato (leia aqui). Mais cedo, o presidente Jair Bolsonaro repudiu a invasão. O regime de Maduro classificou o episódio como "ataque cometido por grupos violentos" e criticou o que chamou de "atitude passiva das autoridades policiais brasileiras, em desatenção de suas obrigações de proteção das sedes diplomáticas e seu pessoal".