O ex-presidente Michel Temer foi preso hoje em São Paulo pela Polícia Federal, que também cumpre mandado de prisão contra seu ex-ministro Moreira Franco (Minas e Energia), ambos do MDB, ambos expedidos pelo juiz federal Marcelo Bretas, responsável por casos da Lava Jato no Rio. O ex-ministro Eliseu Padilha (Casa Civil), que chegou a ser citado pelo O Globo, não está entre os alvos. Temer responde a dez inquéritos. Cinco abertos quando era presidente, tramitavam no Supremo, e foram para a primeira instância depois que ele deixou o cargo. É o segundo ex-presidente da República preso pela Lava Jato, depois de Lula, condenado em segunda instância. A operação de hoje, informa O Globo, tem por base a delação do operador de propinas do antigo PMDB Lúcio Funaro, homologada pelo Supremo, sobre o esquema de corrupção no Congresso chefiada por antigos caciques do partido como os ex-presidentes da Câmara Eduardo Cunha, preso em Curitiba, e Henrique Eduardo Alves.

Lideranças dos caminhoneiros que negociaram neste domingo na Casa Civil o acordo anunciado por Michel Temer na noite anterior, gravaram um vídeo logo ao término da reunião, em que aparecem falando com os ministros Carlos Marun (Secretaria de Governo) e Eliseu Padilha (Casa Civil), para avisar aos motoristas via Whatsapp que a paralisação deveria acabar só depois que as medidas provisórias prometidas fossem publicadas. Isso levou o governo a se apressar e lançar ainda no fim da noite de domingo a edição extra do Diário Oficial da União com as MPs (leia na nota abaixo). Veja o vídeo.

Após mais de sete horas de reunião, o governo federal representado pelos ministros Eliseu Padilha (Casa Civil), Carlos Marun (Secretaria de Governo) e Eduardo Guardia (Fazenda), e associações de caminhoneiros fecharam uma trégua para suspender por 15 dias a greve que está parando o Brasil. O governo se comprometeu a zerar a alíquota da Cide sobre o diesel até o fim do ano, estender de 15 para 30 dias o desconto de 10% no preço do combustível anunciado pela Petrobras. A diferença será compensada pelo Tesouro, à estatal. Também ficou acertado que novos aumentos no preço do diesel só poderão ocorrer de 30 em 30 dias, e não a qualquer momento como hoje. Essa diferença também será subsidiada pelo governo à Petrobras. A maioria das entidades dos caminhoneiros aceitaram e, conforme O Globo, só o presidente da Unicam, José Araújo China da Silva, se recusou a assinar o acordo. 

O ministro Eliseu Padilha, da Casa Civil, disse hoje a jornalistas que considera o PSDB fora da base do governo. Questionado se o PMDB visa manter a aliança com o PSDB para a eleição de 2018, Padilha disse que o objetivo é costurar uma coalizão com partidos da base no Congresso. “Nós vamos fazer de tudo para manter a base de sustentação do governo e o projeto único de poder para 2018”, afirmou. "O PSDB não está mais na base do governo", emendou, dizendo que o "PSDB já disse que vai sair dia 9". Indagado sobre os três ministros tucanos - Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo), Luslinda Valois (Direitos Humanos) e Aloysio Nunes (Relações Exteriores), Padilha destacou que eventuais saídas passam pela decisão de Temer. Conforme o noticiário nacional, Aloysio é o único que deve permanecer.