O ministro do Supremo, Edson Fachin, divulgou nota hoje em que reage à revelação feita em livro pelo general Eduardo Villas Bôas, que foi comandante do Exército nos governos Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (MDB), em que diz ter articulado com a cúpula da Força seus tuítes de "alerta" ao STF em 2018, pouco antes de a corte julgar um habeas corpus do ex-presidente Lula, que acabou negado em abril daquele ano no processo no qual Fachin era relator. "Anoto ser intolerável e inaceitável qualquer forma ou modo de pressão injurídica sobre o Poder Judiciário. A declaração de tal intuito, se confirmado, é gravíssima e atenta contra a ordem constitucional. E ao Supremo Tribunal Federal compete a guarda da Constituição", disse o ministro em nota, citando publicados sobre o assunto feitas pelos jornais O Globo e Folha de S.Paulo.
No livro "General Villas Bôas: Conversa com o Comandante", lançado pela Editora FGV, com base em entrevista dada ao pesquisador Celso Castro, o militar fala de suas postagens no Twitter no início do ano eleitoral de 2018, quando afirmou que a Força compartilhava "o anseio de todos os cidadãos de bem" e que estava "atento" e depois questionou: "Nessa situação que vive o Brasil, resta perguntar às instituições e ao povo quem realmente está pensando no bem do País e das gerações futuras e quem está preocupado apenas com interesses pessoais?". O texto, que foi aqui publicado à época, chegou a ser interpretado como ameaça de golpe caso Lula fosse libertado. No livro, Villas Bôas diz que não foi ameaça, mas sim um "alerta". Segundo o general, a mensagem foi postada por causa do que chamou de insatisfação da população com o País; e em resposta à demanda que chegava ao Exército por uma intervenção militar, medida que Villas Bôas afirmou considerar "impensável".
"Procuradores da Lava Jato em Curitiba que votaram em Jair Bolsonaro em 2018, acreditando que o PT desmontaria a engrenagem de combate à corrupção, têm afirmado privadamente que se arrependeram do voto", diz a coluna de Guilherme Amado, na Época. "Consideram que Bolsonaro está trabalhando deliberadamente para matar não só a Lava Jato, mas todas as condições que permitiram seu surgimento. Ninguém diz que preferia ter votado no PT. Arrependem-se de não ter votado nulo", acrescenta a revista.
Em visita aos Estados Unidos, Jair Bolsonaro disse ontem em encontro com a comunidade brasileira em Miami ter "provas" de que houve fraude nas eleições presidenciais de 2018 e prometeu apresentá-las em breve. "Minha campanha, eu acredito que, pelas provas que tenho em minhas mãos, que vou mostrar brevemente, eu tinha sido, eu fui eleito no primeiro turno, mas no meu entender teve fraude. E nós temos não apenas palavra, nós temos comprovado, brevemente eu quero mostrar, que nós precisamos brevemente aprovar no Brasil um sistema seguro de apuração de votos. Caso contrário, é passível de manipulação e de fraude". O presidente disse ainda que acredita ter tido "muito mais votos no segundo turno do que se poderia esperar, e que ficaria bastante complicado uma fraude naquele momento". Veja aqui em vídeo no Facebook do presidente.
Jair Bolsonaro anunciou hoje no Twitter diz que doará sobras de arrecadação da campanha para a Santa Casa de Juiz de Fora, onde, afirma, "nasceu de novo", após o atentado à faca durante a campanha na cidade mineira. "Nossa campanha custou cerca de R$ 1,5 milhão, menos que a metade do que foi arrecadado com doações individuais. Pretendo doar o restante para a Santa Casa de Juiz de Fora, onde nasci novamente", escreveu.
P.S.: Conforme o site do Estadão de SP, o TSE informou que "a legislação eleitoral não permite a doação, uma vez que as sobras de campanha devem retornar ao partido e o comprovante de transferência deve ser enviado junto com a prestação de contas à Justiça Eleitoral".
Nossa campanha custou cerca de R$ 1,5 milhão, menos que a metade do que foi arrecadado com doações individuais. Pretendo doar o restante para a Santa Casa de Juiz de Fora, onde nasci novamente. Acredito que aqueles que em mim confiaram estarão de acordo. Muito obrigado a todos!
— Jair Bolsonaro 1??7?? (@jairbolsonaro) 30 de outubro de 2018