Pela terceira vez seguida, Marina Silva aparece como pré-candidata à Presidência da República. Diferente das vezes anteriores, entretanto, parece já não empolgar tanto os eleitores.
Em 2014 ela chegou bem perto. Esteve empatada técnicamente com a então presidente Dilma Rousseff na liderança das pesquisas. Ambas deixavam Aécio Neves comendo poeira em terceiro lugar.
Por causa disso, Marina passou a ser o principal alvo de ataques de Aécio e Dilma. Porém, embora tivesse farta munição para contra-atacar os adversários com amplos "telhados de vidro", a então candidata preferiu se conter. Cristã devota, chegou até a oferecer a outra face.
Embora de lá pra cá a Lava Jato tenha provado a influência nas urnas dos grandes esquemas de financiamento de campanhas abastecidos com dinheiro público oriundo da corrupção, é inegável que o vacilo de Marina desestimulou muita gente que buscava (e ainda procura) alguém com atitude, como alternativa aos dois grupos políticos que se revezavam há décadas no comando do País.
Quando um amigo leitor me perguntou se eu voltaria a votar nela (votei nas duas vezes anteriores), eu disse "não" sem vacilar. Respondi que a sensação que ficou é a de que Marina poderia ter ido mais longe. Mas deixou o "cavalo encilhado" que passava em sua porta ir embora. E "acabou", literalmente, declarando apoio a Aécio no segundo turno.