Autorizado pelo Supremo, Lula concedeu entrevista na prisão em Curitiba hoje à Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, e a Florestan Fernandes Júnior, do El País, repetiu que é "inocente" e criticou o atual governo. Indagado sobre a possibilidade de ficar para sempre na prisão, respondeu que não vê problema nisso. Disse que antes de ser preso, foi aconselhado a sair do País, mas afirmou que seu lugar "é aqui", para "desmascarar o Moro, desmascarar o Dallagnol e sua turma" em referência ao ex-juiz e ao procurador da Lava Jato. "Eu ficarei preso 100 anos, mas eu não trocarei a minha dignidade pela minha liberdade", disse o petista, que afirmou que vai viver até "os 120".

 

Lula e emocionou ao falar da morte do irvão Vavá e do neto Arthur, aos 7 anos. "Eu já vivi 73 anos. Poderia morrer e deixar meu neto viver", afirmou. O ex-presidente criticou a reforma da Previdência, defendeu o legado de seu governo e afirmou: "Se eles querem juntar um trilhão, tem uma fórmula secreta: coloca o povo no orçamento da União, segundo, gera emprego, terceiro, gere crédito para as pessoas". 

 

Sem citar nomes, Lula também criticou o atual presidente Jair Bolsonaro: "Eu nunca vi um presidente bater continência pa bandeira americana, nunca vi um presidente dizer eu amo os Estados Unidos... ama a sua mãe, ama seu país. Alguém acha que Estados Unidos vai favorecer o Brasil?"