Uma rara cédula de 10 mil dólares foi leiloada na semana passada por 480 mil dólares (R$ 2,3 milhões, na cotação atual). 

O site da revista Veja divulgou ontem que Dario Messer, o "doleiro dos doleiros" que fechou acordo de delação com a Lava Jato, teria dito ao Ministério Público Federal do Rio, na quarta-feira, que "em várias ocasiões" na década de 1990 teria entregue quantias de R$ US$ 50 mil a US$ 300 mil a integrantes da família Marinho, dona da Globo. Conforme o depoimento relatado pela Veja, o dinheiro era entregue por um funcionário dele, duas ou três vezes por mês, na sede da Globo no Rio, destinado a Irineu Roberto Marinho e José Roberto Marinho. O doleiro teria dito ainda que começou a fazer negócio com a família por meio de Celso Barizon, supostamente gerente da conta dos Marinho no banco Safra, de Nova Iorque, mas disse que nunca se encontrou com os Marinho e também não teria apresentado provas dessas supostas entregas. A família Marinho negou as acusações em nota lida no Jornal Nacional na noite anterior e divulgada nos sites da rede. "A respeito de notícias divulgadas sobre a delação de Dario Messer, esclarecemos que Roberto Irineu Marinho e João Roberto Marinho não têm e nunca tiveram contas não declaradas às autoridades brasileiras no exterior. Da mesma forma, nunca realizaram operações não declaradas às autoridades brasileiras", diz a nota.

A semana começou agitada no mercado financeiro após queda de quase 30% no preço internacional do petróleo na abertura dos mercados da Ásia. O dólar chegou a ser negociado a R$ 5 em casas de câmbio do Brasil levando o Banco Central a vender US$ 3 bilhões das reservas para conter a alta. Ações da Petrobras chegaram a cair até 25%, a maior da história da estatal, e o Ibovespa abriu em forte queda batendo -10% e levando a Bolsa de Valores brasileira a acionar o chamado circuit breaker que suspendeu por pouco mais de meia hora a venda de ações nesta manhã. A maior queda no preço do petróleo em um único dia desde a Guerra do Golfo em 1991 foi deflagrada pela Arábia Saudita ao aumentar sua produção e oferecer descontos de até 20% em relação ao petróleo bruto, abrindo uma guerra de preços com a Rússia, que lidera a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).

O Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, anunciou hoje um corte extraordinário de 0,5 ponto percentual nas taxas de juros do país que caem para a faixa de 1% a 1.25%, reagindo aos possíveis impactos do novo coronavírus na economia. A decisão provocou alta das bolsas em vários países, incluindo a Bovespa, e freou a alta do dólar no Brasil, pois o corte de juros nos EUA, entre outros efeitos, pode atrair investidores para países emergentes. Em nota, o Fed afirmou que a economia dos EUA segue forte, mas o avanço do Covid-19 traz riscos à atividade econômica do país. É a primeira vez desde 2008 que o BC dos Estados Unidos fazem um corte emergencial de juros. Antes da decisão, o presidente Donald Trump, havia pedido ao Fed que cortasse os juros de forma significativa, afirmando que custos de empréstimos mais altos são difíceis para seus exportadores e colocam o país em desvantagem no mercado internacional. (Com G1 e agências)

O ministro Paulo Guedes (Economia) voltou a gerar polêmica durante discurso. Ao defender que a alta do dólar – que ontem chegou a R$ 4,35, novo recorde – acontece pela combinação de juros mais baixos e contenção do gasto público, o que estimula a produção mesmo desagradando a rentistas e turistas brasileiros no exterior, Guedes afirmou na noite anterior, em Brasília: "O câmbio não está nervoso, mudou. Não tem negócio de câmbio a R$ 1,80. Todo mundo indo para a Disneylândia, empregada doméstica indo para Disneylândia, uma festa danada. Pera aí. Vai passear ali em Foz do Iguaçu, vai passear ali no Nordeste, está cheio de praia bonita".

Depois, Guedes minimizou: "Vamos botar todo mundo para conhecer o Brasil. Eu, de vez em quando, quis dar o exemplo, mas falam: 'ministro diz que empregada doméstica estava indo para Disneylândia'. Não. O ministro estava dizendo que o câmbio estava tão barato que todo mundo estava indo para a Disneylândia, até as classes sociais mais baixas. Todo mundo tem que ir para a Disneylândia conhecer Walt Disney, mas não ir três, quatro vezes ao ano, até porque, com dólar a R$ 1,80, tinha gente indo três vezes ao ano". E reforçou: "é melhor termos juros a 4% e câmbio a R$ 4 do que câmbio a R$ 1,80 e juros de 14%, nas alturas".

Paulo Guedes também citou a polêmica gerada após seu outro discurso, na semana passada, quando comparou servidores públicos a parasitas. Repetiu que a fala foi tirada de contexto e disse que o Estado se torna parasitário quando tem mais de 95% do orçamento comprometido com pagamento de salários. "Não estava me referindo a pessoas, que são sérias. Estava falando do ente público".

A alta do dólar e a seca na Argentina, principal fornecedor de trigo para o Brasil, vão impactar no preço do pão francês em Mato Grosso do Sul a partir de julho, quando os estoques dos moinhos que fornecem a farinha para panificadores do estado devem chegar ao fim. A previsão é do Sindicato das Indústrias de Panificação e Confeitaria de Mato Grosso do Sul (Sindepan-MS) informando que o reajuste do pãozinho de cada dia será de até 10%, saindo dos atuais R$ 12,50 o quilo, em média, para R$ 13,75. Além do consumidor, a situação também preocupa o setor, pois esse reajuste vai impactar na competitividade das panificadoras de MS, diz o presidente da entidade, Marcelo Novaes.