A semana vai terminando na política nacional como começou: com a guerra franca no partido do governo. O líder da bancada do PSL na Câmara, Delegado Waldir (GO), acusou Jair Bolsonaro de usar cargos para "comprar" votos no partido para colocar o filho Eduardo Bolsonaro na liderança em seu lugar. O presidente avalia processar Waldir que ameaçou "implodir" seu governo e o xingou de "vagabundo" durante reunião na disputa pela bancada, conforme gravação divulgada pela imprensa. Joice Hasselman (SP), que perdeu a liderança do governo no Congresso por não apoiar a ala bolsonarista, foi alvo de ataque do deputado Eduardo Bolsonaro que postou nas redes sociais a imagem de uma falsa nota de 3 reais com a foto dela. A deputada rebateu com a "mesma moeda" no Twitter (veja abaixo), onde escreveu: "não se esqueçam que eu sei quem vocês são e o que fizeram no verão passado".
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— Eduardo Bolsonaro???????? (@BolsonaroSP) October 18, 2019
Olha só mais um “presentinho” da milícia digital para mim. Anota aí: NÃO TENHO MEDO DA MILÍCIA, NEM DE ROBÔS! Meus seguidores são DE VERDADE, orgânicos. E não se esqueçam que eu sei quem vocês são e o que fizeram no verão passado ???? pic.twitter.com/PAhQvyHhEJ
— Joice Hasselmann (@joicehasselmann) October 18, 2019
Em um áudio vazado e reproduzido pela imprensa, o deputado Delegado Waldir (GO), confirmado hoje como líder do PSL na Câmara, chama Jair Bolsonaro de "vagabundo" e fala em "implodir" o presidente durante reunião na noite anterior com outros deputados da sigla. "Eu vou implodir o presidente. Aí eu mostro a gravação dele. Eu tenho a gravação. Não tem conversa, não tem conversa. Eu implodo o presidente. Acabou o cara. Eu sou o cara mais fiel a esse vagabundo. Eu votei nessa porra. Eu andei, no sol, 246 cidades, no sol, gritando o nome desse vagabundo", afirma o líder do PSL na gravação reproduzida pelo O Antagonista. Consultado pelo site, Waldir confirmou o conteúdo do áudio: "Confirmo, com certeza. Tudo o que eu falei é verdadeiro. Confirmo, sim, essa fala", disse o deputado. Indagado sobre o tem para implodir, respondeu: "Nada, eu não tenho nada. Não é o momento de trazer nada neste momento. O momento é de pacificação". Ouça aqui em O Antagonista.
Jair Bolsonaro resolveu hoje retirar Joice Hasselmann (PSL-SP) da função de líder do governo no Congresso, um dia depois de a deputada ter assinado a lista de apoio à permanência do Delegado Waldir (GO) como líder da bancada do PSL na Câmara, derrotando a indicação de Eduardo Bolsonaro (SP). Conforme O Globo, o senador Eduardo Gomes (MDB-TO) será o novo líder do governo no Congresso. Na guerra interna pelo comando do PSL, Joice vinha apoiando o presidente nacional da sigla, deputado Luciano Bivar (PE). Ela chamou de "amadorismo monstruoso" a proposta da advogada do presidente, Karina Kufa, que defende na Justiça a saída deputados bolsonaristas do partido; e ontem, quando pegava fogo a disputa da liderança do PSL na Câmara, escreveu o seguinte recado no Twitter: "Respeito os “viados” assumidos. Os que são corajosos. Os que se escondem no conservadorismo, fazem pinta de machões escondidos em suas pseudos canetas e ficam mandando indiretas como se fosse “machos” não merecem meu respeito. Frouxo é frouxo, não importa o posto que tenha".
Respeito os “viados” assumidos. Os que são corajosos. Os que se escondem no conservadorismo, fazem pinta de machões escondidos em suas pseudos canetas e ficam mandando indiretas como se fosse “machos” não merecem meu respeito. Frouxo é frouxo, não importa o posto que tenha
— Joice Hasselmann (@joicehasselmann) October 17, 2019