Visando melhorar o atendimento às mulheres vítimas de violência em Campo Grande, o comando da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul vai reunir um mutirão de delegados para analisar quase seis mil boletins de ocorrência registrados na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) que não resultaram em instauração de procedimento ou que possuem providências pendentes. 

Doze delegadas da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) em Campo Grande colocaram os cargos à disposição para serem transferidas da unidade, após ser anunciado hoje o afastamento das delegada titular e de duas colegas que atenderam a jornalista Vanessa Ricarte, horas antes de ela prestar queixa no local, sair sem proteção e ser assassinada pelo ex-companheiro na semana passada. A divulgação de um áudio da vítima enviado a uma amiga reclamando de descaso no atendimento provocou a crise na Deam.

O ex-jogador Paulo Roberto Falcão está sendo investigado em um caso de importunação sexual, após denúncia de uma mulher, de 26 anos, na Delegacia de Defesa da Mulher de Santos (SP). Horas depois de o caso ser tornado público ontem, o Santos publicou nota anunciando a saída de Falcão do cargo de coordenador esportivo.

Projeto que cria e determina o funcionamento ininterrupto de delegacias especializadas de atendimento à mulher (Deam) foi aprovada pelo Senado ontem. O PL 781/2020, do senador Rodrigo Cunha (União-AL), determina que essas delegacias funcionem 24 horas por dia, sete dias por semana, incluindo feriados. Esse atendimento deverá ser feito, preferencialmente, em sala reservada e por policiais do sexo feminino. A regra deve ser obedecida não só pelas delegacias que serão criadas, mas também por aquelas que já existem. 

Duas jovens, de 19 e 22 anos, acionaram a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Dean) acusando um colega de trabalho do cinema UCI, que funciona em um shopping de Campo Grande, de constantes assédios sexuais.

Em Dourados, cidade que concentra a maior reserva indígena urbana do Brasil com cerca de 20 mil habitantes nas aldeias Jaguapiru e Bororó, passou a contar com Mirna, uma assistente social que conhece a realidade das mulheres da reserva, fala Guarani, língua predominantemente usada nesse território, e atuará como intérprete. 

Só cinco homens, 1,3% de um total de 363 detidos com base na Lei Maria da Penha em Campo Grande no primeiro semesntre deste ano – 213 em flagrante e 150 por mandados judiiais – continuam presos e 77 estão monitorados por tornozeleira eletrônica "graças" ao brando Código Penal brasileiro. A delegada titular da 1ª Delegacia da Mulher local, Ariene Murad, diz em entrevista publicada hoje no Correio do Estado que esses números, entretanto, não significam impunidade e afirma que as vítimas não precisam se sentir inseguras após a denúncia.