Procuradores da Lava Jato cogitam reavaliar o acordo de delação que livrou Delcídio do Amaral da prisão, diz hoje O Globo. O motivo, conforme o jornal, seria que as acusações feitas pelo ex-senador de MS contra Michel Temer, Lula, Dilma e Aécio Neves, entre outros, não teriam surtido efeito para as investigações deslancharem. "Alguns acordos não estão evoluindo bem. O do Delcídio é um deles. As investigações não avançam nem na primeira instância. Talvez alguns ajustes tenham que ser feito nesses acordos", disse ao O Globo fonte ligada ao caso. O jornal diz que Delcídio pode perder benefícios. Vale lembrar, entretanto, que fonte jurídica ouvida pelo Blog a respeito de notícia semelhante divulgada pela Veja no início do mês passado, explicou que o delador só perderia seus benefícios caso ele rompa o acordo. Se esse rompimento for feito pela PGR, Delcídio terá seus direitos assegurados conforme está escrito no próprio documento firmado com o Ministério Público. Veja aqui.
Sobre possível risco de anulação da delação de Delcídio do Amaral com a troca de comando na PRG divulgada pelo blog Radar da Veja citada aqui hoje, fonte jurídica deste Blog explica: caso isso ocorra, não prejudicará o ex-senador. O acordo só pode ser anulado em dois casos: quebra de contrato por parte do colaborador ou da Procuradoria. Na hipótese ventilada, se houver quebra de acordo seria por parte PGR, por conta de, supostamente, o ex-procurador Marcelo Miller – que deixou a PGR e passou a advogar sem cumprir quarentena – ter "orientado" colaboradores a fazer as gravações: Bernardo Cerveró, Sérgio Machado e os executivos da JBS. O próprio Rodrigo Janot disse ontem, em entrevista ao Roberto D'ávila, que, se um procurador orientar um colaborador a fazer uma gravação, a colaboração se torna nula. No caso de Delcídio, se for anulada por quebra de acordo do outro lado, o ex-senador manterá a integridade dos benefícios da delação sem o ônus das imputações.