O ministro Gilmar Mendes defendeu que o Supremo deva dar a última palavra sobre delações premiadas. E tem colegas concordando com ele.
Como só o STF tem a prerrogativa de decidir questões envolvendo poderosos beneficiários do chamado foro privilegiado e até agora não condenou nenhum investigado pela Lava Jato, mas deu liberdade, como, por exemplo, nos livramentos de José Dirceu e de Eike Batista do cárcere (que embora sem foro, continuam poderosos), resta esperar, diante dessas tentativas para que tudo volte a ser como antes, que, de fato, o Brasil esteja mudando.
E torcer para que que tudo o que está ocorrendo não seja só uma fase distorcida da história da Corte suprema composta por indicados de partidos políticos por meio do presidente de plantão, que parece buscar um jeito para tudo voltar a ser antes.
Por sinal, vale frisar, a mudança desse critério de escolha de ministros do Supremo não é proposta nas tais "10 medidas contra a corrução" defendidas por integrantes do MP. Até porque isso também atingiria o creitério de escolha política do comando do Parquet em nível federal e nos estados, assim como acontece no caso de nomeados para tribunais superiores, estaduais etc.
Entrelaçamento este de poder, que, se não mudar, seguirá fazendo da Suprema Corte e das demais instâncias a saída para os poderosos. Até por critério lógico, já que como não é correto morder a mão que me alimenta, também não faz sentido eu punir aquele que me concedeu o cargo, usando este mesmo cargo para esse fim.
E, na prática, isso significa, seja a curto, médio ou longo prazo, a nulidade de qualquer lavagem, a jato ou não, que se queira fazer no País.