Os seis procuradores do grupo de trabalho da Lava-Jato na Procuradoria-Geral da República (PGR) pediram demissão coletiva na noite anterior, alegando "grave incompatibilidade" com a procuradora-geral Raquel Dodge. Conforme O Globo, o motivo da demissão seria o fato de Dodge, ao ter enviado na terça-feira a delação premiada do ex-presidente da OAS Léo Pinheiro ao Supremo, ter solicitado à Corte para arquivar trechos em que o empreiteiro diz ter feito repasses via caixa dois ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e ao ex-prefeito de Marília (SP) José Ticiano Dias Toffoli, irmão do presidente do Supremo, José Antonio Dias Toffoli. O Globo lembra que publicou em junho (leia aqui) que o ministro Dias Toffoli e Rodrigo Maia vinham defendendo, junto ao presidente Jair Bolsonaro, a recondução de Dodge ao comando da PGR. Em nota (leia a íntegra aqui), Raquel Dodge disse que "age invariavelmente com base em evidências, observa o sigilo legal e dá rigoroso cumprimento à Constituição e à lei" e que "todas as suas manifestações são submetidas à decisão do Supremo".
Michel Temer veio à inauguração da Eldorado celulose, em Três Lagoas (MS), em dezembro de 2012, como presidente em exercício, para prestigiar o evento da holdingJ&F dos irmãos Joesley e Wesley Batista "em sinal de agradecimento" por propina recebida do grupo, disse em delação premiada o doleiro Lúcio Funaro, que também esteve presente ao evento (leia aqui "O doleiro e o teco-teco em Três Lagoas). Funaro contou à Procuradoria-Geral da República (PGR), em 24 de agosto deste ano, que, além de Temer, o então presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e o ex-ministro Henrique Eduardo Alves (todos do PMDB) levaram 3,2% de cerca de R$ 32 milhões obtidos por empréstimo pela Eldorado da Caixa Econômica Federal. Funaro disse ainda que a propina foi paga a ele por meio de emissão de notas fiscais frias e que, em seguida, teria repassado o dinheiro para Cunha, "que ficou responsável por distribuir o montante entre Henrique Alves e Michel Temer". (Com CampoGrandeNews)