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Um dia depois de apresentar relatório, Marun desistiu de indicar Janot e pediu investigação ao Ministério Público Federal

Em nota, ANPR diz que a CPMI mudou foco para retaliar os investigadores com intenção política de defender o governo

Carlos Marun durante reunião da CPI da JBS hoje ao apresentar seu relatório em que pede o indiciamento de Rodrigo Janot
O deputado Carlos Marun (PMDB-MS), relator da CPI da JBS, entregou hoje aos deputados e senadores da comissão seu parecer final e anunciou que pediu o indiciamento do ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e de seu ex-chefe de gabinete, o procurador Eduardo Pelella, por supostos crimes de abuso de autoridade, prevaricação e incitação "à subversão da ordem política ou social", previsto na Lei de Segurança Nacional. Para Marun, a cúpula da PGR, ao firmar o acordo de delação com executivos da JBS, visava depor o presidente Michel Temer e interferir na sucessão de Janot na PGR. "Em relação ao senhor Janot, houve muitas flechas lançadas ao ar com o objetivo derrubar o presidente", disse.
 
Marun também pede a anulação de provas, que ele considera ilegais, fornecidas por Joesley Batista, incluindo as conversas gravadas por ele com Temer e o senador Aécio Neves (PSDB-MG). "São provas ilícitas obtidas sem autorização do Supremo Tribunal Federal", explicou. Para o relator, só podem serem consideradas provas lícitas as obtidas a partir de 10 de abril, quando o STF autorizou as chamadas operações controladas.
 
O relatório também pede o indiciamento o ex-procurador Marcello Miller, os irmãos Joesley e Wesley Batista, além do executivo do grupo J&F Ricardo Saud. O texto precisa ser aprovado na CPI para ser enviado ao Ministério Público Federal (MPF), que deve se pronunciar sobre as recomendações. Caso não aprove o parecer, a comissão deve apresentar um relatório paralelo. (Com Agência Câmara)




Embora o cargo de ministro chefe da Secretaria de Governo esteja vago desde sexta, Marun vai esperar até quinta

Marun: 'Ele não fará falta. Já vai tarde'. Randolfe: 'Essa CPI é um espetáculo circense com um roteiro pronto'

Randolfe dispara: 'bate-pau do presidente Temer'. Marun rebate: 'vira-lata, senadorzinho de quinta'

Com contas bloqueadas pela Justiça, JBS suspende abates em sete frigoríficos de MS por tempo indeterminado

Somando outros termos de acordo com a JBS investigados pela CPI da Assembleia, ressarcimento pode ultrapassar R$ 1 bilhão

Rodrigo Janot em entrevista ao Correio Braziliense: 'Não criminalizei a política. Criminalizei os bandidos'
A delação do ex-senador Delcídio do Amaral foi um "divisor de águas" para a Lava Jato: "Ele gravou, os fatos eram gravíssimos, e era um senador, líder do governo", afirmou Rodrigo Janot em sua primeira entrevista depois de deixar o cargo de procurador-geral da República, concedida ao jornal Correio Braziliense, no quarto andar da sede da PGR em Brasília, onde funcionários trabalham para adaptar um amplo gabinete ao novo ocupante. "Um arco e flecha pendurado à parede divide o espaço com uma escultura de tuiuiu e com uma coleção de canetas — uma delas, em destaque, foi usada para assinar a delação premiada de executivos da Odebrecht" diz o jornal.
 
Rodrigo Janot parece alheio ao bombardeio que vem recebendo há meses. Até a transmissão de cargo à sucessora, Raquel Dodge, foi controversa: Janot não compareceu à cerimônia de posse. Na entrevista, o procurador federal explica a ausência: "Quem vai em festa sem convite é penetra".
 
Além da prisão de Delcídio, o ex-chefe do MP relata os bastidores de momentos importantes que marcaram a Lava-Jato: a morte do ministro Teori Zavascki, a “escolha de Sofia” na imunidade concedida ao empresário Joesley Batista em troca de provas contra Temer e as suspeitas envolvendo integrantes do próprio Ministério Público.
 
Janot deixou o cargo, mas não se afastou da turbulência. Pelo contrário. Ele sabe que, agora, começam de verdade os ataques, principalmente na CPI da JBS, comandada por aliados de Temer. "Vão tentar usar todo mundo e tudo contra mim… Tudo é possível, vão tentar desconstituir a figura do investigador", diz. "Não criminalizei a política. Criminalizei os bandidos", acrescenta.
 




Para Carlos Marun, o procurador-geral da República Rodrigo Janot ´é um vilão do crescimento do Brasil'
Escolhido como relator da CPI da JBS e chamado pelo jornal de "líder da tropa de choque de Temer", o deputado federal Carlos Marun (PMDB-MS), em entrevista divulgada neste domingo no O Globo, disse que a saída do senador Otto Alencar (PSDB-BA) da comissão por não concordar com sua indicação para a relatoria na última semana, é uma "saída pirotécnica e fruto de medo". "Esses que estão saindo… o que eu vejo? Estão saindo por medo". Questionado sobre que "medo" seria esse, Marun justificou: 
 
– "Nós vamos investigar quem sempre nos investigou. Vamos interrogar quem sempre nos interrogou. Esse é um paradigma que será quebrado. Medo desse embate que nós vamos ter. De dali a pouco ter que se posicionar em relação a um procurador. E também, em alguns, pode acontecer a vontade de que a JBS não seja investigada".
 
O deputado de MS negou na entrevista que um dos alvos da investigação seja Rodrigo Janot, que termina neste domingo seu mandato como procurador-geral da República. Para Marun, Janot é um "vilão do crescimento do Brasil". "Não é que ele seja um bandido, mas um vilão do crescimento do Brasil, acho que ele é. O doutor Janot é hoje a pessoa que mais atrapalha o Brasil. Vilão do PMDB, não. O PMDB tem gente que tem contas a acertar. Que acertem".
 
Marun afirmou ainda que, apesar da pressão de alguns parlamentares, não renunciará ao cargo de relator. "Não renuncio de jeito nenhum. Esta CPI é uma CPI para corajosos. Eu tenho meus defeitos, mas não sou uma pessoa desleal", declarou. 
 
Leia aqui a íntegra da entrevista ao jornal O Globo.