A repercussão negativa ao relatório que apresentou à CPI da JBS ontem levou o deputado federal Carlos Marun (PMDB-MS) a desistir hoje de propor o indiciamento de Rodrigo Janot e do ex-chefe de gabinete do ex-procurador da República, Eduardo Pelella. Marun, que amanhã toma posse como ministro-chefe da Secretaria de Governo, disse hoje na reunião da CPI, que mudou de ideia depois de ouvir o deputado Fernando Francischini (SD-PR) e das declarações "não arrogantes" da atual titular da PGR, Raquel Dodge.Conforme O Globo, Francischini, que é delegado da Polícia Federal, teria explicado a Marun que para imputar crime a uma pessoa são necessários elementos mínimos sobre as faltas cometidas e indicados de autoria, que inexistem. Ontem, a Associação Nacional dos Procuradores da República repudiou o relatório (leia aqui). "Transformo o indiciamento do senhor Pelella e senhor Janot em pedido de investigação ao Ministério Público Federal", disse Marun hoje na reunião da comissão.
A Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) divulgou nota de repúdio à proposta do deputado federal Carlos Marun (PMDB-MS) de pedir, na CPI da JBS, o indiciamento de Rodrigo Janot e Eduardo Pelella. Conforme a nota, o documento apresentado "pelo deputado Carlos Marun não apresenta qualquer elemento probatório que aponte irregularidade no comportamento de Rodrigo Janot e de Eduardo Pelella", assinada pelo procurador regional da República, José Robalinho Cavalcanti, presidente da ANPR, e divulgada ontem. "A CPMI encerra os seus trabalhos comprovando, infelizmente, a parcialidade com que se firmou desde o início. Não ouviu nenhum dos políticos que foram indicados como participantes do esquema da JBS. Mudou o foco completamente para investigar e retaliar apenas os investigadores, mostrando que tinha a intenção meramente política de defesa do governo". Leia aqui a íntegra no site da associação.