O PCdoB, que já foi aliado histórico do PT e neste ano havia anunciado que entraria disputa pela Prefeitura de Campo Grande, mas na véspera da convenção anunciou a retirada da pré-candidatura do advogado Mário Fonseca conforme aqui divulgado, surpreendeu neste sábado. Na convenção, o partido decidiu apoiar a reeleição do prefeito Marquinhos Trad (PSD). "Apesar de críticas à atual gestão, os comunistas entenderam que a conjuntura do País e o futuro de uma Campo Grande mais humana, exigem uma Tática Política ampla, com o propósito de isolar as forças antidemocráticas da extrema direita e de propor um programa mais democrático para nossa Capital", disse a sigla, em nota. Mário Fonseca afirmou aqui ao Blog que "o partido entendeu que a aliança é o melhor caminho para eleger vereador, pra trabalhar a ideia da frente ampla democratica, de unir outras forças, além da esquerda, na defesa da democracia" e salientou que acata a decisão da convenção, que também homologou 28 candidatos (40% mulheres) à Câmara da Capital.
Na véspera da convenção que vai homologar as candidaturas da sigla em Campo Grande, o site nacional do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) anunciou hoje a retirada da candidatura do advogado Mário Fonseca para a Prefeitura da Capital. Conforme o comunicado, o camarada Fonseca terá agora a função de ajudar a promover a chapa dos candidatos às vagas de vereador. "A partir de então intensificamos nossa política de alianças, sempre pautados pela tática da Frente Ampla, para apresentarmos uma proposta de aliança que dê a melhor resposta ao Projeto Político Eleitoral do PCdoB-CG", diz a nota, confirmando a convenção virtual para este sábado, das 14 às 17 horas, pela plataforma GoogleMeet. Procurado, Mário Fonseca não deu retorno ao Blog até a publicação deste texto. Leia aqui a íntegra no site do partido.
Um áudio divulgado em grupo de WhatsApp em que um filiado do PCdoB de Campo Grande convoca militantes à "guerra armada" caso o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) confirme a condenação de Lula no caso triplex, gravado no fim do ano que se findou, se espalhou país afora pelo aplicativo de mendagens. Agora, o autor diz ser alvo de ameaças. 0 assunto é tema da manchete de capa de hoje do jornal O Estado MS.
"Nós estamos em guerra, estamos em combate. Nós temos que ir a Porto Alegre, cercar o TRF4, se precisar derrubar o prédio tem que derrubar, se precisa lutar tem que lutar, se precisar pegar cada um daqueles juiz (sic) depois da condenação, tem que pegar", diz, no áudio, o corretor de imóveis Urias Rocha. "Se o Lula for condenado temos que lutar até as últimas consequências, ir pra rua, ir pro pau. Talvez quem sabe até guerrilha, e começar a estourar a cabeça de coxinha, de juiz, mandar esses golpistas para o inferno (...)", acrescenta, em outro trecho.
Ao jornal, Urias disse que suas declarações foram "para um público fechado", afirmou que não é "a favor de luta armada", avaliou que foi mal interpretado e revelou que está recebendo ameaças. "Por todo o Brasil essa declaração minha foi veiculada. Atualmente a Abin também está na minha cola", afirmou o corretor.
O presidente estadual do PCdoB, Mário Fonseca, disse ao jornal e reforçou hoje aqui ao Blog que as declarações do filiado tratam-se de posição "isolada" e não refletem o posicionamento do partido. "Muito pelo contrário, nos somos pelo aprofundamento da via democrática", disse. "Não concordamos com ações isoladas de violência, com incitação, não é a posição do PCdoB", ressaltou Mário Fonseca.
Ouça o aqui o áudio divulgado pelo O Estado MS.