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Trump foi atingido de raspão na orelha

Vídeos nas redes sociais mostram boa parte das arquibancadas vazias no comício de Trump

Fãs de K-pop (korean pop), música popular coreana, comemoraram nas redes sociais dizendo que teriam atuado para ajudar a esvaziar o primeiro comício de campanha de Donald Trump, em Tulsa (Oklahoma), no sábado por meio de uma campanha no Twitter, que se espalhou pela rede de vídeos TikTok, pedindo às pessoas para que reservassem cadeiras por telefone e não aparecessem no evento. A previsão era de que faltariam lugares no ginásio depois de o chefe de campanha do presidente dos EUA, Brad Parscale, divulgar no Twitter que havia recebido mais de um milhão de pedidos de entradas. Um palco chegou a ser montado do lado de fora para quem não pudesse entrar. No comício, entretanto, havia muitos assentos vazios no ginásio com capacidade para 190 mil pessoas e o palco externo não foi usado.

Parscale divulgou nota neste domingo negando que a ação dos K-pop tenha influenciado no evento e atribuiu o fato a supostos manifestantes que teriam impedido apoiadores de chegar ao local, o que a imprensa dos EUA nega ter ocorrido. "Os esquerdistas e os trolls da internet que cantam vitória, achando que de alguma forma causaram impacto na participação no comício, não sabem do que estão falando ou como funcionam nossos comícios", afirmou. "Removemos constantemente números de telefone falsos, como fizemos com dezenas de milhares no comício de Tulsa, para calcular o número possível de participantes". O vídeo abaixo postado no Twitter pelo jornalista Jeff Mason, mostra o setor mais alto da arena com cadeiras vazias.





Trump retomou comícios neste sábado e atacou a imprensa, radicais de esquerda e o adversário Joe Binden
Donald Trump retomou ontem seus comícios de campanha, suspensos em março por causa da Covid, na cidade de Tulsa, no Oklahoma, que vem batendo recordes de casos de coronavírus, e defendeu a redução dos testes do vírus, chamando-o de "espada de dois gumes" que eleva o número de casos descobertos no país. "Então eu disse ao meu povo, pare os testes, por favor", declarou. Trump atacou os rivais democratas, a imprensa e criticou protestos contra o racismo. "Eles [imprensa] não falam sobre covid-19 quando 25.000 pessoas marcham pela 5ª Avenida ou andam em uma rua de uma cidade governada por um democrata. Eles não falam nada, eles não estão usando máscaras". No comício em local fechado, o uso de máscaras não era obrigatório.
 
Trump disse que salvou "milhões de vidas" ao paralisar atividades econômicas, embora tenha criticado governadores que decretaram essas paralisações. Citou o Brasil e a Suécia, disse que o cenário nos EUA seria pior se tivesse adotado a estratégia de imunização de rebanho, em que sobreviventes da Covid-19 ficam imunes e impedem o vírus de se disseminar: "Perguntem como eles estão no Brasil. Não estão bem. E ele é meu amigo", afirmou, referindo-se ao presidente Jair Bolsonaro. Também chamou o coronavírus de "vírus chinês" e acusou seu adversário, o democrata Joe Biden, de ser "marionete" da "esquerda radical". O público menor do que o previsto levou o porta-voz da campanha, Tim Murtaugh, a culpar a mídia e manifestantes radicais. Trump também tentou justificar a ausência de pessoas: "Vocês são heróis (...) Tem um monte de gente ruim lá fora." Nas próximas semanas, o presidente fará comícios na Flórida, Arizona e Carolina do Norte, estados que podem decidir as eleições de 3 de novembro.