Cesare Battisti, que afirmava ser vítima de perseguição política, admitiu pela primeira vez seu envolvimento em quatro assassinatos na Itália quando integrava o grupo Proletários Armados pelo Comunismo nos anos 70: o de um guarda carcerário, um agente de polícia, um militante neofascista e um joalheiro de Milão, cujo filho ficou paraplégico no atentado. O procurador-geral de Milão, Francesco Greco, disse hoje à imprensa italiana que o terrorista admitiu em depoimento "suas responsabilidades" nos quatro assassinatos, em ferimentos a outras três pessoas e em roubos feitos pelo grupo. Battisti declarou ter matado duas pessoas e ser o mandante de outros dois homicídios. "Falo das minhas responsabilidades, não vou nomear ninguém. Quando matei foi uma guerra justa para mim", afirmou o preso, conforme o procurador. Para Greco, a confissão faz justiça "às muitas controvérsias" dos últimos anos e "homenageia a polícia e o judiciário que o condenou”. Depois de fugir do Brasil após a eleição de Jair Bolsonaro e ser preso e expulso da Bolívia, Battisti cumpre prisão perpétua na Itália. No Twitter, Bolsonaro escreveu que o "'herói' da esquerda, que vivia colônia de férias no Brasil proporcionada e apoiada pelo governo do PT", confessou seus crimes.
Battisti, "herói" da esquerda, que vivia colônia de férias no Brasil proporcionada e apoiada pelo governo do PT e suas linhas auxiliares (PSOL, PCdoB, MST), confessou pela 1ª vez participação em 4 assassinatos quando integrou o grupo terrorista Proletários Armados pelo Comunismo.
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) 25 de março de 2019
Em carta em que pediu asilo à Bolívia, datada de 18 de dezembro, o italiano atribuiu à eleição de Jair Bolsonaro sua saída do Brasil e disse que o ex-presidente Lula concedeu a ele residência por ter certeza que "não era o monstro que o governo italiano tentava construir". Desta vez, foi para o país errado. O governo de Evo Morales negou o pedido. O ministro do Interior da Itália, Matteo Salvini, postou no Twitter fotos de Battisti sendo levado de volta à prisão de onde fugiu há quase 40 anos.
Aereo con #CesareBattisti decollato adesso direzione Italia: sono orgoglioso e commosso! pic.twitter.com/lWWWZkubsl
— Matteo Salvini (@matteosalvinimi) 13 de janeiro de 2019
Cesare Battisti foi preso neste sábado na vizinha Bolívia. O italiano era considerado foragido depois de ter a prisão expedida pelo ministro Luiz Fux, do Supremo, em dezembro, quando o presidente Michel Temer decretou sua extradição para a Itália, onde é condenado à prisão perpétua por quatro homicídios na década de 70. No Twitter, Filipe G. Martins, assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, confirmou a prisão do "terrorista italiano' e disse que ele "será trazido para o Brasil, de onde provavelmente será levado até a Itália".
O terrorista italiano Cesare Battisti foi preso na Bolívia esta noite e em breve será trazido para o Brasil, de onde provavelmente será levado até a Itália para que ele possa cumprir pena perpétua, de acordo com a decisão da justiça italiana.
— Filipe G. Martins (@filgmartin) 13 de janeiro de 2019
Depois de ver no Jornal Nacional parte de suas declarações sobre o ministro do Supremo, Luís Roberto Barroso, ter alterado o decreto do indulto natalino concedido por Michel Temer, o ministro-chefe da Secretaria de Governo, Carlos Marun, gravou na noite anterior um vídeo afirmando que "algumas questões foram esquecidas" na matéria levada ao ar pela TV Globo, e afirmou:
"O ministro Barroso, foi um bom advogado, tanto que foi advogado do terrorista Cesare Battisti. Como prêmio pelo êxito de sua atuação foi indicado pela presidente Dilma e pelo PT para o exercício da função de ministro do Supremo. Lá, diante do decreto de um indulto, em tudo semelhante a este, ele concedeu liberdade a José Dirceu, a Delúbio, a José Genoino. E agora, diante de um outro decreto semelhante, ele coloca a atuação do presidente Temer como um passe livre para a corrupção. Isso demonstra, evidencia atuação político-partidária. E é por isso que eu estou avaliando a possibilidade de pedido de impeachment do senhor Barroso." Veja a íntegra no vídeo abaixo.
Marun vs Barroso pic.twitter.com/wl0b7zu9YS
— Marco Eusébio (@marcoeusebio7) 14 de março de 2018