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Ao retomar hoje os trabalhos presenciais depois da posse no STF, Fux recebeu a visita de Simone

Indicação de Kassio Marques teria o dedo de Wasseff, Flávio Bolsonaro e do presidente do PP Ciro Nogueira diz imprensa

O Senado marcou para o dia 21 deste mês, oito dia depois da aposentadoria de Celso de Mello, a sabatina de Kassio Marques, indicado pelo presidente Jair Bolsonaro para a vaga a ser aberta no Supremo. Além de protestos de apoiadores do presidente nas redes sociais, a indicação, que segundo a imprensa agrada o Centrão e ministros do STF que criticam a Lava Jato, continua gerando polêmicas. O jornal O Globo diz ter confirmado informação do site O Antagonista de que o nome de Kassio chegou ao presidente por meio de esforço conjunto do advogado Frederick Wasseff e seu antigo cliente, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ). Em uma prévia da sabatina com senadores ontem, segundo o jornal, Kassio foi indagado sobre ter sido indicado por Wassef, mas desviou da pergunta e também insinuou ser fantasiosa a versão, também divulgada na imprensa, que o presidente do PP, Ciro Nogueira (PI), teria levado seu nome a Bolsonaro. O Globo diz ainda que há uma "afinidade de ideias" entre Wasseff e Kassio Marques, citando que em 2019 o desembargador do TRF1 escreveu um artigo elogiando a decisão do ministro do STF Dias Toffoli, que suspendeu as investigações com dados do Coaf, o que favoreceu Flávio Bolsonaro.





Calorosa recepção de Tóffoli a Bolsonaro mostrada pela CNN repercutiu hoje na imprensa e nas redes sociais

Repercutiu hoje na imprensa e nas redes sociais a visita fora de agenda do presidente Jair Bolsonaro à casa do ex-presidente do Supremo, Dias Toffoli, na noite anterior, em Brasília, onde se reuniu com seu indicado ao STF, Kássio Nunes Marques, e o presidente do Senado, David Alcolumbre (DEM-AP). Os visitantes deixaram o local antes da meia-noite, após assistirem pela TV a vitória do Palmeiras sobre o Ceará, pelo Brasileirão. Imagens da CCN (veja aqui o vídeo) mostrando a calorosa recepção de Toffoli a Bolsonaro se espalharam nas redes.

A indicação para o STF de um desembargador nomeado por Dilma Rousseff no TRF1 agradou a parlamentares do Centrão, mas gerou protestos de apoiadores do presidente nas redes sociais nos últimos dias. Ele ocupará a vaga a ser aberta com a aposentadoria de Celso de Mello, que completará 75 anos em novembro, mas antecipou sua saída da Corte para o dia 13 deste mês. Kássio terá de ser sabatinado pela CCJ do Senado e ter o nome aprovado pelo plenário, em votações secretas.

A CNN lembra que na sexta-feira Alcolumbre almoçou no Planalto com Bolsonaro, que pediu a ele para tentar acelerar a sabatina. No mesmo dia, conforme aqui divulgado, a presidente da CCJ, Simone Tebet (MDB-MS), escreveu no Twitter que, "em respeito a Celso de Mello", só analisaria a indicação após a saída do decano da Corte. Vale também lembrar que Alcolumbre quer apoio para se reeleger presidente do Senado.





Simone disse que 'em respeito' a Celso de Mello, vai aguardar aposentadoria para sabatinar Kassio Marques

Depois de o presidente Jair Bolsonaro confirmar que será publicada hoje no Diário Oficial a indicação do desembargador do TRF1 Kassio Marques para o Supremo Tribunal Federal (veja aqui), a senadora Simone Tebet (MDB-MS), que preside a CCJ do Senado, por onde passam todas as indicações, disse hoje no Twitter: "Em respeito ao Min. Celso de Mello, aguardaremos sua aposentadoria oficial, em 13 de outubro, para realizar a sabatina do indicado à vaga no STF. Em função da pandemia, a data dependerá de acordo dos líderes partidários, por se tratar de votação secreta e presencial. Aguardarei a mensagem oficial e o despacho da Mesa Diretora do Senado para, como presidente da CCJ, indicar o relator e dar prosseguimento ao rito da sabatina do indicado à vaga no STF".





Bolsonaro

Em vídeo as redes sociais, Jair Bolsonaro confirmou ontem que vai indicar o desembargador piauiense Kassio Nunes Marques, do TRF1, para a vaga do Supremo a ser aberta com a aposentadoria do ministro Celso de Mello no dia 13 deste mês. Apoiadores do presidente reclamaram nas redes sociais, já que Kassio Marques foi nomeado por Dilma Rousseff para o TRF1. Além disso, segundo o Estadão, o nome agrada a políticos do Centrão, que querem enfraquecer a Lava Jato; e à ala do STF, que inclui Gilmar Mendes e Dias Toffoli, que também faz restrições à operação contra a corrupção. O presidente disse que qualquer um que indicasse seria criticado, disse que já tomou "tubaína" com Marques e lembrou que seus apoiadores já haviam defendido, antes, Sérgio Moro para o cargo. "Vocês acham que ele vai ser fiel às nossas causas?"

Sobre sua promessa de indicar um evangélico para a Corte, Bolsonaro disse que fará essa indicação para a vaga a ser aberta com a aposentadoria de Marco Aurélio Mello, em julho do ano que vem, e a afirmou que a indicação do piauiense será publicada hoje. "Sai publicada amanhã, no Diário Oficial da União, temos pressa nisso, o nome do Kassio Marques para a nossa primeira vaga no STF. Temos uma vaga prevista para o ano que vem também. Essa segunda vaga vai ser para um evangélico", afirmou. "Primeiro pré-requisito [para a segunda vaga]: tem que ser evangélico, terrivelmente evangélico. Outro: tem que tomar Tubaína comigo", acrescentou Bolsonaro. Veja aqui o vídeo no Facebook.





Kassio Nunes, que não aparecia entre os cotados, agora é o número um da lista conforme a imprensa

Celso de Mello só iria se aposentar em novembro, mas antecipou sua saída do STF para 13 de outubro

Celso de Mello rejeitou pedido para Bolsonaro depor por escrito sobre denúncia feita por Sérgio Moro

Celso de Mello citando Ulysses: pode-se discordar da Constituição: 'Descumprir jamais. Afrontá-la, nunca'
O ministro Celso de Mello, do Supremo, rejeitou ontem o pedido do PDT, PSB e PV para apreender o celular do presidente Jair Bolsonaro no inquérito que apura suposta interferência política na Polícia Federal e deu recados na decisão (leia aqui no site do STF a íntegra). Disse que cabe ao Ministério Público, e não a partidos políticos, solicitar diligências em um processo judicial; e sobre a ameaça de Bolsonaro de não entregar o celular caso fosse intimado, frisou que o descumprimento das decisões judiciais é uma afronta à Constituição e citou trecho do discurso de Ulysses Guimarães no encerramento da Assembleia Constituinte:
 
"A Constituição certamente não é perfeita. Ela própria o confessa ao admitir a reforma. Quanto a ela, discordar, sim. Divergir, sim. Descumprir, jamais. Afrontá-la, nunca. Traidor da Constituição é traidor da Pátria. Conhecemos o caminho maldito. Rasgar a Constituição, trancar as portas do Parlamento, garrotear a liberdade, mandar os patriotas para a cadeia, o exílio e o cemitério."
 

Ao comentar a decisão que cita o patrono de seu partido, a senadora Simone Tebet (MDB-MS), que preside a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, escreveu hoje no Twitter: "Celso de Mello não recorreu a Ulysses. Foi o espírito de Ulysses que iluminou Celso. Cansou de ver e ouvir, lá de cima, o grito e a ação do autoritarismo e o silêncio da omissão pela democracia. O texto das mãos do Celso teve o dedo em riste do Ulysses",





Celso de Mello diz que bolsonaristas querem ditadura e compara cenário ao da Alemanha de Hitler
O ministro Celso de Mello, do Supremo, comparou o atual cenário político no Brasil com protestos de bolsonaristas pedindo intervenção militar, ao da Alemanha de Hitler, em mensagem reservada enviada a contatos ontem via WhatsApp, cujo texto foi reproduzido neste domingo pelo Estadão de S.Paulo. "GUARDADAS as devidas proporções, O 'OVO DA SERPENTE', à semelhança do que ocorreu na República de Weimar (1919-1933), PARECE estar prestes a eclodir NO BRASIL!", diz trecho do texto reproduzido pelo jornal, com trechos destacados pelo ministro em letras maiúsculas. Conforme o Estadão, o gabinete do ministro fo procurado mas não se manifestou.
 
"É PRECISO RESISTIR À DESTRUIÇÃO DA ORDEM DEMOCRÁTICA, PARA EVITAR O QUE OCORREU NA REPÚBLICA DE WEIMAR QUANDO HITLER, após eleito por voto popular e posteriormente nomeado pelo Presidente Paul von Hindenburg, em 30/01/1933, COMO CHANCELER (Primeiro Ministro) DA ALEMANHA ('REICHSKANZLER'), NÃO HESITOU EM ROMPER E EM NULIFICAR A PROGRESSISTA, DEMOCRÁTICA E INOVADORA CONSTITUIÇÃO DE WEIMAR, de 11/08/191, impondo ao País um sistema totalitário de poder viabilizado pela edição , em março de 1933 , da LEI (nazista) DE CONCESSÃO DE PLENOS PODERES (ou LEI HABILITANTE) que lhe permitiu legislar SEM a intervenção do Parlamento germânico!!!!" escreveu Celso de Mello.