O ex-juiz da Lava Jato, Sérgio Moro, disse hoje que o "Brasil não pode retroceder e destruir o passado recente de combate à corrupção e à impunidade" ao se manifestar, em nota, sobre a decisão da Segunda Turma do Supremo concluída ontem que declarou, por três votos a dois, que ele teria sido parcial ao condenar o ex-presidente Lula no caso do triplex do Guarujá. "Apesar da decisão da segunda turma do STF, tenho absoluta tranquilidade em relação aos acertos das minhas decisões, todas fundamentadas, nos processos judiciais, inclusive quanto aqueles que tinham como acusado o ex-Presidente", lembrando que a condenação de Lula foi confirmada pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) e pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), que rejeitaram as alegações da defesa sobre uma suposta falta de imparcialidade. Lembrou ainda que Lula "só teve a prisão ordenada pelo TRF4 depois de ter habeas corpus negado pelo plenário do próprio Supremo". Leia abaixo a íntegra da nota postada por Moro no Twitter.
Sobre a Lava Jato e o combate à corrupção pic.twitter.com/8KaVhiBKjM
— Sergio Moro (@SF_Moro) March 24, 2021
O prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Júnior (PSDB), pediu reforço ao governo federal para reforçar a segurança na capital gaúcha no dia 24 deste mês, quando o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) julgará o recurso de Lula à condenação de 9 anos e 6 meses de prisão decretada pelo juiz Sérgio Moro no caso do triplex. No Twitter, o prefeito divulgou o ofício abaixo e afirmou: "Solicitei ao Presidente @MichelTemer o apoio da Força Nacional e do Exército Brasileiro para atuarem no dia 24. Devido as manifestações de líderes políticos que convocam uma invasão em Porto Alegre, tomei essa medida para proteger o cidadão e o patrimônio público". Em seguida, o ex-presidente nacional do PT, Rui Falcão, escreveu na rede social: "Prefeito de Porto Alegre pede apoio da Força Nacional para intimidar manifestantes pró -Lula."
Solicitei ao Presidente @MichelTemer o apoio da Força Nacional e do Exército Brasileiro para atuarem no dia 24.
— Nelson Marchezan Jr (@marchezan_) 4 de janeiro de 2018
Devido as manifestações de líderes políticos que convocam uma invasão em Porto Alegre, tomei essa medida para proteger o cidadão e o patrimônio público. pic.twitter.com/bUflvbqpyb
Um áudio divulgado em grupo de WhatsApp em que um filiado do PCdoB de Campo Grande convoca militantes à "guerra armada" caso o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) confirme a condenação de Lula no caso triplex, gravado no fim do ano que se findou, se espalhou país afora pelo aplicativo de mendagens. Agora, o autor diz ser alvo de ameaças. 0 assunto é tema da manchete de capa de hoje do jornal O Estado MS.
"Nós estamos em guerra, estamos em combate. Nós temos que ir a Porto Alegre, cercar o TRF4, se precisar derrubar o prédio tem que derrubar, se precisa lutar tem que lutar, se precisar pegar cada um daqueles juiz (sic) depois da condenação, tem que pegar", diz, no áudio, o corretor de imóveis Urias Rocha. "Se o Lula for condenado temos que lutar até as últimas consequências, ir pra rua, ir pro pau. Talvez quem sabe até guerrilha, e começar a estourar a cabeça de coxinha, de juiz, mandar esses golpistas para o inferno (...)", acrescenta, em outro trecho.
Ao jornal, Urias disse que suas declarações foram "para um público fechado", afirmou que não é "a favor de luta armada", avaliou que foi mal interpretado e revelou que está recebendo ameaças. "Por todo o Brasil essa declaração minha foi veiculada. Atualmente a Abin também está na minha cola", afirmou o corretor.
O presidente estadual do PCdoB, Mário Fonseca, disse ao jornal e reforçou hoje aqui ao Blog que as declarações do filiado tratam-se de posição "isolada" e não refletem o posicionamento do partido. "Muito pelo contrário, nos somos pelo aprofundamento da via democrática", disse. "Não concordamos com ações isoladas de violência, com incitação, não é a posição do PCdoB", ressaltou Mário Fonseca.
Ouça o aqui o áudio divulgado pelo O Estado MS.