Feliciano afirmou ao jornal que não há demérito em ser maçom, "só que o evangélico pentecostal não se envolve com a maçonaria". Declarou que o vídeo de Daciolo o fez perder votos: em 2014 obteve 398.087 e agora foi reeleito por SP com 239.784 votos. O deputado disse que nunca teve qualquer ligação com a maçonaria e que tentou confrontar Daciolo antes, mas o deputado "fugiu". "É uma lástima porque traz um prejuízo para a comunidade evangélica", comentou.

Veja o vídeo da discussão.

Sem dinheiro, tempo de TV e sem poder participar do debate global, o Cabo Daciolo (Patriota) ficou a maior parte da campanha orando no monte e obteve 1.348.305 votos (1,26%). Mais do que o dono da campanha mais rica, Henrique Meirelles (MDB), que obteve 1.288.938 (1,20%) e do que Marina Silva (Rede) que encolheu para 1.069.522 (1%).

No debate dos presidenciáveis na TV Record na noite anterior, onde a maioria atacou o ausente Bolsonaro, mas também sobraram farpas para Haddad, Ciro, Alckmin e Meirelles, o Cabo Daciolo voltou a "roubar a cena" dando "sermão" nos demais. E no fim, dando "glória a Deus" como sempre faz, usou a campanha "Brasil que eu quero" para atacar a Globo e elogiar a emissora do bispo Macedo. Veja o vídeo.

Depois de 21 dias de retiro para orações e jejum em "glória a Deus", o candidato Cabo Daciolo deixou hoje de manhã o Monte Céu Aberto, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, informa Lauro Jardim em O Globo.

A atual disputa presidencial contradiz a velha teoria de políticos e marqueteiros de que dinheiro e tempo de TV são as principais armas para caçar eleitores. Depois de abraçar o Centrão e deter 44%, quase metade do tempo do horário eleitoral, Alckmin vê seus minguados pontos encalhados nas pesquisas, distante do líder Bolsonaro que, praticamente, só conta com divulgação na internet. E, conforme observa hoje o site Congresso em Foco, embora já tenha gasto R$ 43 milhões na campanha mais rica do pleito, o Meirelles segue tecnicamente empatado na rabeira com o Cabo Daciolo, que declarou ter usado só R$ 738 enquanto fica jejuando em "glória a Deus" no Monte das Oliveiras, na zona oeste do Rio.

Cabo Daciolo (Patriota) não apareceu hoje na sabatina promovida pela CBN e Portal G1 com candidatos a Presidência que seria iniciada com ele, conforme sorteio feito em agosto. O site e a rádio anunciaram que o candidato faltou e que amanhã será a vez de Geraldo Alckmin (PSDB).

Não é a primeira vez. Desde que participou do debate da Band, Daciolo avisou que não iria a sabatinas, só a debates, e faltou à sabatina da TV Record em 15 de agosto. Naquele dia, Daciolo fez uma transmissão ao vivo no Facebook afirmando estar em um monte e que só daria entrevistas no local. Disse que foi ao Monte das Oliveiras, no bairro Campo Grande, no Rio, para "jejuar e orar", para evitar que tentasse matá-lo para impedir que ele chegasse ao Planalto.

Daciolo ficou conhecido no debate da Band, onde leu uma Bíblia e questionou Ciro Gomes (PDT) sobre um suposto plano de transtormar a América Latina em uma única nação - a União das Repúblicas Socialistas da América Latina, Ursal. Em tom de deboche, Ciro respondeu: "Democracia é uma delícia, é uma beleza, mas ela tem certos custos".

Pensando bem, quem saiu melhor do que entrou no debate da Band foi o Cabo Daciolo. Se pouca gente sabia quem ele era antes do programa, o candidato do Patriota ficou entre os líderes de citações no Twitter na noite anterior e saiu conhecido por pedir para ser citado em alguma pesquisa "nem que for para ter zero por cento", por atacar insistentemente o comunismo e repetir várias vezes o nome do Senhor e, nas considerações finais, invocar o saudoso Doutor Enéas.