A decisão do ministro Kássio Nunes Marques, do Supremo, de impedir que prefeitos e governadores possam proibir cultos, missas e outros eventos religiosos presenciais para evita ro contágio da covid-19 foi comemorada em vídeo nas redes sociais pelo pastor Silas Malafaia, presidente da igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo e apoiador de Jair Bolsonaro. No vídeo, Malafaia chama de "bobalhão" o prefeito Alexandre Kalil (PSD), de Belo Horizonte, que disse no Twitter que o plenário do STF validou decretos municipais, foi intimado por Marques a cumprir sua decisão e recorreu à Corte. Malafaia também agradeceu ao procurador-geral da República, Augusto Aras, e ao advogado-geral da União, André Mendonça, que pediram ao Supremo a liberação dos eventos religiosos presenciais. Porém, esses pedidos caíram no STF com Gilmar Mendes e ainda estão sem decisão. A liminar de Marques foi concedida em ação da Associação Nacional de Juristas Evangélicos (Anajure) contra decretos dos governos do Piauí e Roraima e de prefeituras de sete cidades, entre elas Rio Brilhante (MS).

O prefeito de Belo Horizonte (MG), Alexandre Kalil (PSD), anunciou em vídeo ontem que voltará a fechar o comércio da cidade a partir da próxima segunda-feira, para tentar conter o avanço da covid-19 na capital mineira, deixando só serviços essenciais funcionando. "Chegamos ao limite da covid-19. Nós avisamos, nós tentamos avisar. Tentamos manter a cidade aberta há 10 dias, quando os números ainda eram perigosos", afirmou. A taxa de ocupação de leitos de UTI chegou a 86,1% na cidade, a maior desde agosto quando a prefeitura começou a fazer a medição em hospitais públicos e particulares. Conforme Kalil, a decisão saiu foi tomada em reunião do Comitê de Enfrentamento à Covid-19. "Sexta-feira o decreto vai ser publicado, e segunda-feira a cidade está fechada", disse o prefeito. "A vacina está chegando. Nós estamos preparados pra vacinar. Estamos na bica pra acabar com isso. Mas parece que ninguém está entendo a gravidade dessa doença", emendou Kalil.

A projeção nacional do prefeito reeleito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), preocupa adversários. Após afirmar no programa Roda Viva, da TV Cultura, que se "se for carregado" pelo PSD poderá disputar a Presidência da República em 2022 e criticar o presidente Jair Bolsonaro por sua conduta durante a pandemia de covid-19, Kalil foi atacado pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) que escreveu no Twitter que BH reelegeu um "projeto de ditador", em referência ao isolamento social adotado pelo prefeito na capital mineira e a história rendeu. Indagado por Andréia Sadi, da Globo, Kalil disse hoje que não costuma responder críticas de deputados, mas abriria uma exceção: "Em respeito a você, vou responder. Meu pai dizia que 'se não tiver público', não tem picadeiro. Se não tiver picadeiro, não tem palhaço". Também no Twitter, o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) defendeu Kalil e atacou o clã presidencial: "Nenhum desses idiotas corruptos (bolsonaros) têm moral para calçar o sapato do melhor prefeito de capital do Brasil que é o Kalil!". Veja os vídeos e as postagens.

"Calma, gente! Bomba atômica? Tirar dinheiro da educação? Puta que pariu, esse pessoal perdeu a noção. Enquanto isso, os municípios tentam cuidar da fila do SUS...", escreveu ontem no Twitter o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, conhecido por falar o que pensa desde a época que era presidente do Atlético-MG, em desabafo alusivo aos cortes do MEC e à declaração do deputado Eduardo Bolsonaro que defendeu na terça-feira que o Brasil deveria ter bomba nuclear para ser mais respeitado por outros países e garantir a paz.

"Existem dois tipos de tragédias: a tragédia, e a tragédia anunciada. E a tragédia anunciada é de responsabilidade do prefeito. Então, é muito fácil chegar aqui e falar que tem 20 anos, que a culpa é do outro, a culpa é do outro, e todos saem e não assumem. A culpa do que aconteceu aqui é do prefeito, eu tô muito triste, muito despreparado pra mortes. Eu acho que o que aconteceu aqui, em caso material, a prefeitura tem estrutura, preparo técnico, dinheiro, vai ser resolvido, isso tudo vai estar limpo na segunda-feira. Isso não me preocupa. O que me preocupa foram as vidas que foram levadas, eu realmente não tava preparado pra isso..." A declaração, rara no Brasil, foi dada à imprensa pelo prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PHS), ao falar sobre as mortes de mãe e filha afogadas dentro de um carro na Avenida Vilarinho com fortes chuvas que caíram hoje na capital de Minas Gerais. Veja o vídeo.