Em entrevista nos Estados Unidos, o ministro Paulo Guedes (Economia) gerou a polêmica do dia do Brasil por citar o AI-5 ao criticar os discursos de Lula convocando pessoas para irem às ruas. "É irresponsável chamar alguém para a rua agora para fazer quebradeira, pra dizer que tem que tomar o poder. Quem acredita na democracia espera a vez de ser eleito, não chama ninguém para quebrar nada na rua. Este é o recado pra quem tá ao vivo no Brasil inteiro. Sejam responsáveis, pratiquem a democracia. Ou democracia é só quando o seu lado ganha? Quando o outro lado ganha, com dez meses você já chama alguém pra ir quebrar a rua. Que irresponsabilidade é essa? Não se assustem, então, se alguém pedir o AI-5. Já não aconteceu uma vez?", disse Guedes. Em seguida, o ministro frisou que o AI-5 "é inconcebível, a democracia brasileira jamais admitiria, mesmo que a esquerda pegue as armas".
Embora Guedes tenha frisado que AI-5 é "inconcebível", a declaração repercutiu rapidinho no Brasil por meio da imprensa. O presidente do Supremo, Dias Toffoli, declarou que "AI-5 é incompatível com a democracia" e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que declarações sobre o AI-5 geram "insegurança na sociedade". Decretado no fim de 1968 pelo governo militar, o Ato Institucional nº 5 aumentou os poderes do presidente, que podia fechar o Congresso e intervir nos estados e municípios, e suspendeu direitos democráticos como o habeas corpus, permitindo que pessoas pudessem ser presas, sem mandado judicial, por crimes políticos ou contra a segurança nacional. Veja nos vídeos abaixo as declarações de Guedes e de Maia.
Presidente da Câmara, @RodrigoMaia, criticou fala do ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre a possibilidade de implantação de um novo AI-5 em casos de protestos de ruas contra o governo. Confira: pic.twitter.com/mjbwtzPXIE
— Câmara dos Deputados (@camaradeputados) November 26, 2019