Sob o título "A vida do puto maravilha", o site do jornal esportivo líder de vendas em Portugal, o Record, relatou a carreira vitoriosa de Cristiano Ronaldo da infância até o craque português virar agora o jogador mais caro do mundo ao ter seu passe comprado pelo clube espanhol Real Madrid. Em Portugal a palavra puto segue o padrão de sua origem, o latim "putus", que significa menino. Confira no site português a trajetória do puto que virou craque clicando aqui em Record.
Pensando bem, pela arrogância exibida diante da imprensa brasileira pelo jovem milionário quando veio com a seleção portuguesa levar uma goleada do Brasil em outubro do ano passado no DF, esse termo fica bem adequado pra definir o craque portuga por aqui também, né não?!
Por Itamar Novaes (*)
Às vezes, certos casais, após muito desgaste na relação decidem se divorciar. Todavia, após certa reflexão mais apurada constatam que não vale a pena formalizar um divórcio. Pela questão do binômio “custo-benefício”. Desatar todos os nós do fim da relação (guarda de filhos,partilha de bens,pensão...) pode se desdobrar num custo muito alto. E chegam à conclusão de que “o melhor” é “ficar tudo como está”. E ir fazendo “ajustes” na relação sem nada formalizar.
Traçando uma analogia um pouco imaginativa e pragmática, o impasse que envolve a FIA ( Federação Internacional de Automobilismo) e a FOTA (Associação de Equipes de F1, em inglês), poderá se encaminhar para um desfecho em que decidirão manter-se tudo como está. Ou então farão ajustes com concessões para ambos os lados, e as oito equipes dissidentes ,junto com a Wiliams e a Force India, que fecharão com a FIA. E irão compor o quadro para 2010.
Para quem não acompanhou essa disputa nos bastidores da F1 o impasse é o seguinte: A FIA quer limitar os gastos das equipes para a temporada de 2010 em 40 milhões de Libras Esterlinas (cerca de R$ 125 milhões). Ocorre que oito equipes (BMW,Brawn GP,Ferrari,Red Bull,Toro Rosso,Toyota,Renault e Mac Laren), são contrárias a essa idéia, alegando que a Formula 1 vai regredir, pois as equipes que seguissem esse teto teriam tratamento diferenciado. E se estaria criando uma “sub categoria” dentro da F-1.A FIA diz que visa com isso atrair novas equipes e reduzir custos. Mas as oito dissidentes não concordam.
Max Mosley, presidente da FIA, faz jogo duro. E diz ter o pedido de 10 equipes para ingressarem na categoria em 2010. Que seriam Brabham (que já esteve na F-1,na qual Nelson Piquet venceu os campeonatos de piloto de 1981 e 1983), além de Campos, Epsilon Euskadi, Litespeed, Lola (que forneceu motor para a categoria nos anos oitenta), March, N.tecnology, Prodrive, Superfund e USGP (outra que retorna).Sinceramente, tratando da questão comercial,será que a um campeonato com essas equipes teriam o mesmo êxito financeiro que a F-1 tem hoje? Dariam elas retorno publicitário? Será que vale a pena correr o risco?
Os managers da F-1 sempre decidiram mais pensando nos lucros. A F-1 sempre teve disputas homéricas nos bastidores. Não poderia ser diferente,até mesmo pelo fato de confrontar interesses comerciais diversos. Mas dessa vez, a animosidade é muito forte. E se o “racha” de fato prevalecer, creio que, por hora, todos perderão. Ficará muito estranho existirem “duas fórmulas um”. Além disso, tem a questão do dinheiro envolvido.
Vejamos. Se as oito equipes contrarias à FIA , decidirem não participar do campeonato de 2010, um prejuízo vultoso ocorrerá para todos os envolvidos. Estamos falando de cifras astronômicas. Para se ter uma idéia, o piloto espanhol Fernando Alonso ao rescindir contrato com a Mac Laren em 2008 tirou da escuderia inglesa o patrocínio de um banco espanhol de cerca de 200 milhões de euros. Certamente que esse dinheiro fez falta à Mac Laren. Sobretudo, num momento de crise global.
Na sexta- feira (12/6), será decidido! A FOTA diz que poderá organizar um campeonato sem a Williams e a Force India (suspensas). O jornal espanhol “AS” publicou que dois espanhóis, Jesus Pareja que organizou campeonato de Grand Turismo e F-3, e Jaime Alguersuari, que organizou o Rali Dacar seriam candidatos a “ chefão da nova categoria”. Mas nada disso publicado é oficial.
A marca Formula 1 é de Bernie Eclestone. Assim, se a cisão ocorrer muito dinheiro deixará de ser ganho. Contratos de patrocínios terão que ser revistos. Contratos de organização dos GPs terão que ser desfeitos...
Enfim,penso que será melhor as partes chegarem a uma conclusão de que o melhor é “deixar como está”, com singelas concessões recíprocas. Por uma questão de custo-benefício.
Sexta-feira em Paris será o dia “D”. Vamos aguardar.
(*Itamar de Souza Novaes é colaborador da seção PAPO DE ARQUIBANCADA para assuntos de F1 - inovaegot@hotmail.com)