Itamar Novaes (*)
O circuito de Silverstone é um dos que tem maior média de velocidade do calendário. Os GPs disputados lá são garantia de emoção. Ontem não foi diferente.
As disputas de posição entre Alonso e Heidfeld fizeram o publico vibrar. Mas, emoção mesmo para os fleumáticos ingleses foi ver Alonso e Hamilton disputando posição. É certo que dessa vez ambos brigavam pelas últimas colocações. Numa situação muito inusitada para quem os acompanhou nos dois últimos campeonatos. Porém, essa é a realidade de ambos atualmente. Mesmo assim, foi emocionante para o público ver Mac Laren e Renault roda a roda na reta. Bem ao estilo Silverstone. Já começa dar saudades!
Se o publico inglês não pôde ver Button vencer em casa, pois ele chegou apenas em sexto, ao menos pôde apreciar o talentoso Sebastian Vettel (na foto recebendo a bandeirada da vitória). O jovem piloto alemão dá mostras que veio pra ficar.Tem muito talento. E, sobretudo, tem espírito de campeão. Venceu, pode-se dizer, de ponta a ponta.
Dessa vez não errou como no GP da Turquia quando na primeira volta praticamente entregou a corrida de mão beijada a Button. Teve a calma suficiente para se manter em primeiro e suportar a pressão contra quem larga na frente. Além disso, foi o pole e fez a melhor volta da corrida. Tem “pedigree” o rapaz!Ao lado de Alonso e Kubica é um dos cotados para pilotar a Ferrari em 2010.
Sobre os brazukas, somente Rubinho teve, digamos, melhor sorte. No dia em que Button não brilhou se esperava mais do brasileiro que se classificou bem. Mas como treino é treino e corrida é corrida (nada mais surrado!),não ameaçou Vettel. Poderia ter ameaçado mais e trazer para o Brasil a esperada centésima vitória brasileira na F1.Mesmo que Massa tenha terminado em 4º,melhor do que largou, e muito mais a frente que Raikkonen, não vejo muito motivo para comemorar esse avanço de Massa e da Ferrari.
O campeonato está quase na metade. E a verdade é que o ano está (ouso dizer!) perdido para ele e a equipe. E deve ser muito frustrante, pois, para ele Massa, mas que do nunca o campeonato desse ano seria uma das últimas chances de ele se sagrar campeão pela Ferrari, após a perda do título do ano passado. E mesmo que fique na escuderia em 2010, apesar de todos os rumores, estará desprestigiado. Há uma pressão muito grande na Ferrari por mudanças. E isso inclui, claro, trocar os dois pilotos.
Nelsinho Piquet, ao menos dessa vez, ficou à frente de Alonso. Terminou em 12º e o espanhol terminou em 14º. Um consolo apenas.
Quanto à crise, Bernie Eclestone (presidente a FOM,Formula One Management), intermedia um tratado de paz entre a FIA e a FOTA (a associação de equipes). Numa entrevista dada à Rede Globo, Max Mosley se mostrou mais flexível. Admitindo que poderá elevar o teto de gastos anuais das equipes de 40 milhões de Libras Esterlinas para 100 milhões. Desde que as equipes se comprometam a não abandonar o campeonato no prazo de cinco anos. Mas um entrave ainda relevante é a cláusula no regulamento que permite ingerências da FIA a qualquer momento. Sem prévia discussão. As equipes não concordam com isso. Vamos aguardar o desfecho.
A Fórmula um se despediu de Silvestone com uma corrida emocionante. E parte dessa emoção é debitada na conta do jovem piloto alemão Sebastian Vettel. E ele só tem 21 anos...
(*Itamar de Souza Novaes é colaborador da seção PAPO DE ARQUIBANCADA para assuntos de F1 - inovaegot@hotmail.com)