Papo de Arquibancada















Itamar Novaes (*)


O circuito de Spa-Francorschamps é disparado o preferido dos pilotos da F-1. É um dos mais seletivos e vencer lá é muito importante para o currículo de qualquer piloto.


A corrida de hoje era muito aguardada. Sobretudo quanto ao desempenho de Barrichello que largava em quarto lugar. Era a grande chance de ele se aproximar de vez de Jenson Button, que largava em décimo quarto. Entretanto, mais uma vez “forças ocultas” conspiraram contra o brasileiro. Que inexplicavelmente, pela segunda vez no ano, viu os adversários largarem e ele ficar quase parado perdendo todas as posições possíveis, caindo para a ultima posição. De novo frustrou seus torcedores, pois tinha reais possibilidades de diminuir a diferença de pontos em relação Jenson  Button no campeonato.E botar mais pressão na disputa interna com o inglês. Mas Rubinho manteve a sina de nos momentos decisivos falta-lhe sorte. Uma “zica” se apossa dele em momentos cruciais. É só fazer um retrospecto de sua carreira. Sem querer questionar sua capacidade como piloto, falta-lhe essa “sorte final” nos momentos agudos. Chegou em sétimo lugar, mas poderá perder esta posição pois a Brawn do brasileiro “fumou”, espalhando óleo na pista, nas três voltas finais, fato que pode ensejar uma punição.

 
Após o incidente de Barrichello o novato Grosjean tocou no carro de Button. Que foi tirado da prova. No mesmo albarroamento foram atingidos Alguesuari e Hamilton que foram obrigados a abandonar.


A grande surpresa da prova (apesar da pole conquistada!) foi a excelente performance da equipe Force India na corrida. Todos os prognósticos não contavam com a Force nas primeiras posições no final da corrida. Mas as previsões foram detonadas pelo motivado Giancarlo Fisichella que chegou em segundo.Dando muito trabalho ao vencedor Kimi Raikkonen, que por conta do kers pôde ganhar a primeira posição nas primeiras voltas e se manter a frente do italiano. O outro carro da equipe indiana pilotado por Adrian Sutil também manteve surpreendente desempenho. Um alento, pois os indianos estão com problemas econômicos sérios. Tendo até mesmo o motor home da equipe penhorado por dívidas não quitadas.


Raikonnen, “O Homen de Gelo”, estava congelado num jejum de vitórias de quase um ano e meio. E a vitória de hoje foi a primeira da Ferrari no ano. Sendo que os pontos conquistados na prova mantêm a equipe italiana ainda à frente da Mac Laren no Mundial de Construtores.
Barrichello chegou em sétimo. E somou mais dois pontos na classificação. Button não pontuou, mas de certa forma foi beneficiado, pois Barrichello, Webber e Vettel poderiam ter diminuído ainda mais a diferença de pontos em relação a ele no campeonato de pilotos. Webber terminou em nono. E Vettel chegou em terceiro. Agora Button tem 72 pontos contra 56 de Barrichello, 51,5 de Webber e 53 de Vettel. Restando ainda cinco corridas para o final da temporada.


Alonso abandonou após sua única parada. Vinha bem com chances de chegar ao podium. Todavia, outra vez, apontou um problema na roda, dessa vez na dianteira esquerda. Uma conseqüência do acidente que envolveu Grosjean no inicio da prova. Por precaução abandonou a corrida. Kovalainen que “brigou” com Barrichello no final da corrida terminou em sexto. Badoer chegou em décimo quarto.


Mas a “bomba” do final de semana não foi a “zica” de Barrichello. E tampouco a surpresa do desempenho da Force Índia. E sim a revelação feita pelo jornalista Reginaldo Leme que na transmissão da TV Globo contou que um novo escândalo vai estourar na F-1, nos próximos dias. Segundo disse o jornalista durante a transmissão do GP, a equipe Renault está sob investigação da FIA (Federação Internacional de Automobilismo). Que segundo Reginaldo uma auditoria está em curso na Renault para apurar uma fraude que envolve Flavio Briatore. Segundo o que se suspeita o dirigente da escuderia francesa, no GP de Singapura de 2008, primeira corrida noturna, teria “armado” para que a Renault de Nelsinho Piquet simulasse uma quebra. E, assim forçar a entrada do safety car e beneficiar a equipe francesa. Todos se lembram que naquele GP ocorreu o incidente em que a Ferrari deixou presa a mangueira de combustível na parada de Felipe Massa. Fato que prejudicou o brasileiro. E que Fernando Alonso venceu aquela prova. As acusações são graves. Acusar é fácil. Difícil é provar. Além disso, pode pôr em xeque a reputação de todos os envolvidos. Há que se apurar de forma muito clara essa suposta fraude. O prestígio da Renault, dos pilotos e da F-1 está na berlinda. Particularmente é difícil imaginar que a escuderia francesa tenha perpetrado tamanha armação. Se fez tem que sofrer uma punição à altura da lesão.Vamos aguardar o desenlace desse novo imbróglio na Fórmula Um.
 

(*Itamar de Souza Novaes é colaborador da seção PAPO DE ARQUIBANCADA para assuntos de F1 - inovaegot@hotmail.com)