Papo de Arquibancada


Itamar Novaes (*)


Ao que tudo indica, dessa vez, parece ser verdadeiro o fim da crise política na F-1. Um acordo, denominado “Acordo Concórdia” regulamentará a situação entre as equipes e os detentores de direitos comerciais até 2012. E o dito acordo será celebrado entre Max Mosley (da FIA) e outros 26 membros do Conselho Mundial de Esportes a Motor.

Um adendo a esse acordo (chamado de Documento das Regras de Custo!) foi discutido e está quase finalizado, após as 13 equipes que estarão disputando o campeonato de 2010 se reunirem com FOTA (a Associação de Equipes) em sua sede em genebra na Suíça. O chefe executivo da Equipe Williams, Adam Parr está tentando que as novas medidas de redução de custos elaboradas pela a FOTA sejam acatadas pelas novas equipes da F-1.

Já anunciamos aqui várias tentativas de acordo entre FIA e FOTA. Até mesmo com a intervenção de outras instituições como a FOM, presidida por Bernie Eclestone. Mas, nada de concreto ocorreu. O jogo de vaidades tinha prevalecido sobre os interesses comerciais e desportivos. Então só nos resta aguardar se agora é pra valer mesmo!

Domingo que vem tem Grande Prêmio da Hungria. Essa corrida, num passado não muito distante, sempre favoreceu mais os carros da Ferrari. Hoje a realidade para a equipe italiana é muito difícil. Mas Felipe Massa correu bem na Alemanha. Pode ser que tenha inspiração no passado para reverter a má fase do presente. Vamos aguardar.

 

(*Itamar de Souza Novaes é colaborador da seção PAPO DE ARQUIBANCADA para assuntos de F1 - inovaegot@hotmail.com)


 














Os dois maiores ganhadores de títulos intercontinentais e mundiais da América Latina são, pela ordem, o Boca Juniors e o São Paulo Futebol Clube. Pela lógica o Boca seria uma marca global e, portanto, mais cara. A realidade econômica argentina diz outra coisa: na semana passada, o Boca Juniors assinou contrato de patrocínio máster com a multinacional coreana de eletroeletrônicos LG por 2 milhões de dólares anuais. A LG paga ao SPFC, neste ano, R$ 15 milhões, equivalentes a US$ 7,5 milhões, quase quatro vezes o que fechou com o Boca. Só para registrar na mesma data o clube argentino fechou contrato com a petrolífera francesa Total que, por US$ 500 mil mensais, estampará sua marca nas mangas da camisa dos gringos, espaço que era cedido de graça à UNICEF. E qual seria o motivo de o bicho-papão de títulos internacionais da vizinhança valer tão menos que o Tricolor Paulista? Para o cronista esportivo Emerson Gonçalvez o motivo seria o empobrecimento do país "hermano" diante de uma política econômica perna-de-pau. Veja o que ele afirma em seu blog no site Globo.Com: 


"Em quatro vocábulos: Néstor e Cristina Kirchner. O casal presidencial conseguiu detonar o PIB argentino, que mesmo tendo apresentado um bom índice de crescimento em 2007 - 8,7%a - foi na base do “cresceu muito em cima de pouco”. Enquanto o produto interno bruto brasileiro fechou 2008 com algo como 1.8 trilhão de dólares, o argentino fechou com cerca de 300 bilhões de dólares, somente. Para efeito comparativo, o PIB do estado de São Paulo em 2008 foi da ordem de 480 a 490 bilhões de dólares (todos esses valores referem-se a 2008 e são estimativos). Para o ano corrente estima-se uma queda de 3% no PIB platino e 0,5% no brasileiro. (...) Este é o cenário básico que explica o porque de um clube como o Boca Juniors ter um patrocínio de valor tão baixo como esse. Ao mesmo tempo, a CONMEBOL pagou 2 milhões de dólares ao Estudiantes como prêmio pela conquista da Libertadores, ou seja, um valor idêntico ao patrocínio de 1 ano do time mais poderoso e economicamente forte da Argentina. Essa é a explicação para simples e direta para a disputa intensa pelas vagas na Libertadores e o porque da AFA praticamente garantir vagas cativas aos dois grandes - Boca e River - na Copa Sul Americana. Explica, também, por consequência, a manutenção das duas copas continentais em períodos diferentes do ano, quando o correto e ideal seria a simultaneidade das mesmas, disputadas de fato por equipes diferentes, tal como ocorre com as copas europeias, pelo qual os melhores times disputam a Champions League e os demais a antiga Copa da UEFA, atual UEFA Europa League (...)".