Itamar Novaes (*)
O ex-piloto da Renault Nelsinho Piquet em entrevista dada a Rede Globo revelou parte dos motivos que levaram a sua rescisão contratual com a equipe francesa. Disse o brasileiro, como era público e notório que ele e Flavio Briatore andavam às turras há muito tempo. Muito ponderado disse que a equipe francesa não cumpriu parte do acordo feito com ele, pois davam atenção total a Fernando Alonso em detrimento do brasileiro que mal pôde se adaptar ao carro, pois os testes não são permitidos pelo atual regulamento. Contou ainda que Briatore o pressionava de forma desmedida e inoportuna.Tipificando verdadeiro assédio moral. Disse que mesmo em dias de corrida, e minutos antes da largada, momento em que os pilotos devem ficar focados na corrida, o dirigente da Renault o chamava para reuniões onde cobrava do brasileiro melhor desempenho.E que Briatore é manager dele. E que sendo seu manager deveria incentiva-lo e não atacá-lo. Que o clima ficou insuportável. Sendo que de comum acordo decidiram pôr fim ao contrato.
Sobre esse fato de Briatore ser manager do brasileiro e dirigente da escuderia me parece estranho, pois, a meu ver, gera um conflito de interesse entre o dirigente (equipe) e o piloto. Estranho. Vale lembrar que há alguns anos atrás Briatore foi o manager de pilotos como Fernando Alonso e Jenson Button, mas não os dirigia numa mesma equipe.
Em outra entrevista Nelsinho disse que Briatore é despreparado para assuntos de corrida, da Formula Um em si. Disse que em muitas das reuniões com os pilotos o dirigente italiano fazia perguntas despropositadas demonstrando total falta de conhecimento acerca das rotinas e trabalhos dos pilotos.
Na mesma entrevista cedida à Globo, Nelsinho contou que corre o ano que vem na F-1.E desmentiu que seu pai esteja adquirindo a equipe BMW-Sauber. E que espera poder encontrar um time onde possa ter melhor relacionamento com os dirigentes e possa mostrar seu talento.
Domingo que vem tem o GP da Europa. Como todos sabem Lucca Badoer substituirá Schumacher, que substituiria Massa. Apesar da frustração acerca do não retorno de Schumacher essa prova (em circuito de rua!) será muito importante para o desfecho do campeonato. Pois traz em si certa dificuldade maior para as equipes que lá correram pouco. Afinal a corrida nas ruas de Valencia somente ingressou no calendário da F-1 no ano passado. Apesar de as escuderias usarem simuladores para colher informações sobre uma prova, é sempre uma incógnita correr numa pista relativamente nova. Vamos aguardar as emoções que virão.
(*Itamar de Souza Novaes é colaborador da seção PAPO DE ARQUIBANCADA para assuntos de F1 - inovaegot@hotmail.com)