Papo de Arquibancada




















Torcedores, autoridades do futebol, representantes de clubes e políticos encheram o estádio do Hannover neste domingo para dar o último adeus ao goleiro da Seleção da Alemanha, Robert Enke. Vítima de depressão influenciada por tragédias particulares e medo de fracassar no futebol, ele se suicidou aos 32 anos se jogando nos trilhos do trem nas proximidades de sua casa. A tragédia ocorreu na última terça-feira. Tereza, viúva de Enke, revelou que o jogador esteve em tratamento por depressão em 2003 e depois vinha tendo recaídas.

 

O goleiro deixou uma carta de despedida à família antes de se ir para a passagem de nível de Neustadtam Rubenberge - nos arredores de Hannover, perto do túmulo de Lara, sua filha única, falecida em 2006, vítima de problemas cardíacos. Os problemas psicológicos do atleta começaram em 2003, após as passagens mal-sucedidas por Barcelona (um ano quase sem jogar) e Fenerbahçe. Na Turquia, Enke foi dispensado após 13 dias de empréstimo - e uma derrota, 0-3, com o Istambulspor, em que os adeptos o atingiram com objectos e impropérios. Desde aí, Enke de-senvolveu um medo patológico do fracasso. A morte de Lara foi o golpe que ele nunca superou.

 

- "Tentei dar-lhe esperança, dizia-lhe que nem tudo era mau, que havia coisas belas na vida. Pensava que conseguiríamos, com amor... mas às vezes o amor não basta" - lamentou Teresa.

 

Nem o sucesso no Hannover que o fez chegar à selecção da Alemanha, nem a adoção de Leila, uma menina de dois meses, em maio deste ano, tiraram Enke do desânimo em que se encontrava submerso. (Com informações do jornal JN Desporto, de Portugal)